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Logística reversa como aliada para atingir metas climáticas
O Brasil assumiu, durante a COP29, o compromisso de reduzir entre 59% e 67% suas emissões de gases de efeito estufa até 2035. Em um cenário em que o País descarta 2,4 bilhões de quilos de resíduos eletrônicos por ano, segundo o E-Waste Monitor, usar a logística reversa pode ser uma solução para alcançar esses objetivos.
A reutilização de materiais, aliada à redução de resíduos descartados em aterros, contribui diretamente para diminuir a extração de recursos naturais e as emissões, alinhando o país às metas climáticas globais.
A logística reversa ajuda a reduzir a emissão de gases de efeito estufa em diversas etapas. O recondicionamento de equipamentos eletrônicos, por exemplo, exige menos energia do que a fabricação de novos dispositivos. Já a reciclagem permite a reutilização de metais e plásticos, diminuindo a dependência de extração de recursos naturais.
Segundo estudos da Universidade de São Paulo (USP), a reutilização de materiais pode economizar até 20% nos custos de produção e diminuir significativamente as emissões industriais. Além disso, práticas de coleta eficiente evitam que resíduos sejam enviados a aterros sanitários, onde geram gases como metano, que tem alto impacto no aquecimento global.
O setor de telecomunicações está entre os que mais geram resíduos eletrônicos no Brasil. Modems, roteadores e decodificadores usados, por exemplo, somam toneladas de materiais descartados anualmente. A logística reversa propõe, por meio de processos de coleta, triagem, recondicionamento e reciclagem, que esses dispositivos retornem à cadeia produtiva, promovendo a economia circular.
Carlos Tanaka, fundador da PostalGow, explica: “O recondicionamento estende a vida útil dos equipamentos, reduzindo a necessidade de fabricar novos produtos e, consequentemente, o impacto ambiental associado à extração de matérias-primas.”
“A tecnologia é uma aliada importante na logística reversa. Sistemas integrados garantem rastreabilidade, eficiência e transparência, desde a coleta até o descarte ou reuso dos materiais”, detalha Tanaka.
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