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Natal segue como principal data do varejo de shopping, apesar de cenário desafiador

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Mesmo em um contexto marcado por juros elevados, endividamento das famílias, aumento da concorrência de marketplaces estrangeiros e um consumidor mais cauteloso, o Natal permanece como a principal data do varejo de shopping em 2025. A avaliação é de representantes do setor, que apontam dezembro como decisivo para o resultado do ano.

Segundo Mauro Francis, presidente da ABLOS, o mês segue relevante mesmo após a antecipação de compras durante a Black Friday. “O consumidor está mais atento ao orçamento, mas o Natal ainda mobiliza o consumo emocional, o presente e o encontro em família, o que favorece o varejo físico”, afirma.

Ao longo de 2025, o setor registrou queda de fluxo e retração de vendas, o que torna o desempenho de dezembro estratégico. “Os lojistas sabem que não podem depender apenas do volume de pessoas. O foco está em aumentar tíquete médio, melhorar conversão e trabalhar um mix de produtos mais rentável”, avalia Francis. A expectativa é de maior concentração das vendas na última quinzena do mês.

Entre os lojistas, a expectativa é de crescimento em relação a 2024. Para Dener Romualdo, gerente comercial da Victtória Régia, a projeção é de alta de até 7% no faturamento, com fluxo semelhante ao do ano anterior, concentrado entre 19 e 24 de dezembro. “O ticket médio esperado é de R$ 145, com aumento de cerca de 6%. O consumidor está sensível a preço, mas responde bem a benefícios como cashback, ações promocionais e descontos”, explica. Segundo ele, semijoias e itens presenteáveis devem liderar as vendas, e o período pós-Natal permanece relevante para a fidelização.

Na Gregory, a projeção para o Natal de 2025 indica crescimento entre 8% e 10%. De acordo com Andrea Duca, diretora geral da marca, “esperamos um aumento de fluxo principalmente na semana que antecede o Natal, com pico até o dia 23”. O tíquete médio, atualmente em torno de R$ 1.500, deve alcançar entre R$ 1.800 e R$ 1.900, impulsionado pela venda de vestidos de festa e peças de maior valor, além de presentes de menor custo, como acessórios e itens de casa.

Já a Morana projeta crescimento de aproximadamente 12% em relação a 2024. “Esse resultado está alinhado ao desempenho recente da marca e ao nosso posicionamento como destino presenteável, que se fortalece ainda mais nesta época do ano”, afirma Danilo Assumpção, diretor executivo da empresa. Segundo ele, a semana do Natal concentra de 35% a 40% do faturamento de dezembro, com tíquete médio em torno de R$ 130, que tende a crescer entre 8% e 10%. “Apostamos em acessórios versáteis, conjuntos e peças com bom custo-benefício, além de um atendimento consultivo para ampliar conversão e fidelização no pós-Natal”, completa.

Apesar do avanço do comércio eletrônico, os shoppings seguem relevantes nas compras de última hora. “A entrega imediata, a possibilidade de experimentar o produto e a experiência presencial seguem sendo diferenciais importantes”, afirma Mauro Francis. Para ele, planejamento, gestão de estoque, qualidade no atendimento e integração entre canais são fatores determinantes. “Em muitos casos, o desempenho de dezembro é o que sustenta o faturamento do ano inteiro. Embora alguns lojistas tenham registrado crescimento nas vendas na primeira quinzena de dezembro, o cenário ainda inspira cautela, já que muitos seguem com desempenho estável ou em queda, mesmo diante da expectativa de que o pagamento do 13º salário injete mais de R$ 130 bilhões na economia e estimule o consumo nos próximos dias”, conclui.

Imagem: Envato

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