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O protagonismo do pequeno varejo na estratégia de crescimento das indústrias

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O mercado de consumo no Brasil passa por uma transformação importante. Enquanto os grandes players do varejo moderno concentram grande parte dos investimentos das marcas, o pequeno varejo se consolida como um território estratégico para gerar crescimento sustentável e ampliar participação de mercado.

Atualmente, o país conta com cerca de 1,5 milhão de pontos de venda tradicionais, como mercearias e mercados de bairro. Eles representam 33% do total de PDVs e respondem por aproximadamente 30% do faturamento do setor alimentar, de acordo com dados da NielsenIQ e da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (ABAD). Esses números mostram o peso desse canal na jornada do consumidor.

O desafio para as indústrias está em expandir a cobertura numérica sem perder eficiência na execução. Estar presente não é suficiente. É necessário adotar modelos de vendas inteligentes, capazes de equilibrar capilaridade, velocidade e relevância no ponto de venda.

No canal moderno, as estruturas estão consolidadas e os processos são mais previsíveis. Já no pequeno varejo, o cenário é mais fragmentado e exige uma leitura cuidadosa da dinâmica local. É nesse ambiente pulverizado que o consumidor tem buscado conveniência, proximidade e agilidade. Não por acaso, em 2023, os pontos de venda de supermercados, atacarejos, farmácias, perfumarias e outros canais movimentaram R$ 1,4 trilhão, com expectativa de avanço de 9,2% em 2024, segundo a NIQ Ebit.

O futuro do market share será definido por quem conseguir engajar o pequeno varejo com soluções práticas, execução consistente e relacionamento próximo. A liderança no consumo de massa não estará apenas nas grandes redes, mas também na capacidade de conquistar relevância nos milhões de pontos de venda independentes espalhados pelo Brasil.

Essa visão vem da minha própria trajetória. Há 20 anos fundei a iTrade, empresa que nasceu com o propósito de oferecer soluções inovadoras para execução no varejo. Anos depois, a iTrade se uniu ao grupo global Smollan, tornando-se Smollan iTrade e, hoje, Smollan Brasil. Ao longo dessas duas décadas, acompanhei de perto a evolução do setor e a crescente valorização do pequeno varejo como peça central da estratégia de crescimento das indústrias.

Na Smollan Brasil, vemos diariamente como dados, inovação e proximidade com o varejista podem transformar presença em relevância. Nossa experiência mostra que eficiência comercial nasce do equilíbrio entre escala e personalização. E é justamente nesse ponto que o pequeno varejo revela toda a sua força: ele conecta marcas e consumidores em busca de conveniência e agilidade.

O pequeno varejo não é complementar. Ele é parte central da estratégia e será, cada vez mais, a chave para o crescimento das marcas.


*Por Stenio Souza – Executive Director Business Growth & Innovation na Smollan.
Apaixonado por conectar pessoas, negócios e inovação para impulsionar crescimento real, Stenio Souza acumula mais de 20 anos de experiência no mercado. Fundador e ex-CEO da iTrade, liderou a empresa até se tornar referência em Trade Marketing e Shopper Experience. Atualmente, na Smollan, lidera a expansão de negócios com foco em inovação estratégica e impacto sustentável, conectando tendências globais às necessidades locais.  

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