Economia
PIB do Brasil cresce 0,1% no terceiro trimestre, aponta IBGE
A economia brasileira registrou crescimento de 0,1% no terceiro trimestre de 2025 em comparação com o segundo trimestre, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao mesmo período de 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) avançou 1,8%. No acumulado dos últimos quatro trimestres, a expansão foi de 2,7%. Com o resultado, o PIB alcança R$ 3,2 trilhões.
O PIB representa o conjunto de todos os bens e serviços finais produzidos em uma localidade em determinado período. O indicador permite avaliar o comportamento da economia e realizar comparações internacionais. O cálculo utiliza diversas pesquisas setoriais, como as de comércio, serviços e indústria, e evita dupla contagem ao considerar apenas os valores finais das cadeias produtivas. Os bens e serviços são contabilizados pelos preços pagos pelos consumidores, incluindo impostos incidentes. Embora seja um termômetro relevante da atividade econômica, o PIB não reflete fatores como distribuição de renda ou qualidade de vida.
Desempenho setorial e interpretação dos dados
Segundo o IBGE, o crescimento de 0,1% ficou abaixo da expectativa média de analistas, que previam avanço de 0,2% no trimestre. No comparativo anual, a alta de 1,8% superou ligeiramente os 1,7% estimados. O desempenho dos setores produtivos apresentou variações importantes: Serviços avançou 0,1%, resultado inferior ao esperado; Agricultura cresceu 0,4%; e Indústria registrou aumento de 0,8%. O consumo das famílias também teve alta de 0,1% em relação ao trimestre anterior.
A economista-chefe da InvestSmart XP, Mônica Araújo, avaliou que “os dados mais fracos do que o esperado para o PIB do 3T25 no Brasil mostram que a política monetária restritiva está impactando o crescimento doméstico, mesmo que de forma mais lenta que o Banco Central esperava”. Segundo ela, a combinação dos números do PIB com outros indicadores de desaceleração da demanda interna pode abrir espaço para que o Comitê de Política Monetária considere iniciar um processo de flexibilização da taxa Selic a partir de março de 2026.
Ela também destacou que “a curva de juros hoje, em todos os seus vértices, mostre algum fechamento diante da confirmação de desaceleração da atividade doméstica”. Sobre a composição do PIB, Araújo afirmou que “a grande surpresa do período foi um avanço menor que o esperado em Serviços, que mostrou alta de apenas 0,1%”, citando como destaques negativos os resultados de atividade financeira, serviços públicos e outros serviços.
Ainda de acordo com a economista, Agricultura e Indústria contribuíram positivamente, enquanto o consumo das famílias cresceu “apenas 0,1%, no comparativo trimestral, também abaixo do esperado”.
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