Economia
Real digital se chamará Drex e será lançado, no mínimo, em 2024
Moeda digital brasileira trará novas possibilidades, como pagamentos e transferências; período de testes começou em março
A nova moeda digital do Brasil tem nome: Drex. O Banco Central (BC) anunciou no dia 7 de agosto o nome do real digital. O nome, segundo a autarquia federal, é a combinação entre os termos “digital”, “real”, eletrônico e a letra X, que representa transações financeiras instantâneas como o Pix.
O Drex já está em fase de testes desde o mês de março e, de acordo com o BC, ampliará as possibilidades de negócios e estimulará a inclusão financeira com segurança para possíveis fraudes. O real digital deve ser usado da mesma maneira que o papel-moeda, tendo inclusive o mesmo valor, só que em uma versão eletrônica.
O Banco Central afirmou também que o real digital utilizará a tecnologia blockchain, conhecida por ser parte de criptomoedas como Bitcoin e Ethereum. Essa tecnologia funciona como um banco de dados descentralizado e criptografado, o que promete mais transparência e segurança, pois nenhuma informação pode ser modificada.
É importante salientar que, embora o Drex utilize a mesma tecnologia das criptomoedas, ele é diferente desse tipo de moeda em essência. A primeira diferença se dá na categoria em que o real digital se encaixa: a Central Bank Digital Currency (“moeda digital de banco central”, em inglês).
Isso quer dizer que a moeda terá seu valor estipulado pelo Banco Central brasileiro, ao contrário das criptos, que são regidas pela lei da oferta e demanda, oscilando de acordo com os mercados internacionais. Como o Drex será atrelado ao real, seu valor será o mesmo que o papel moeda — ou seja, R$ 1 equivale a 1 Drex. Para transações financeiras entre países, no entanto, o valor do real digital flutuará de acordo com a taxa de câmbio.
Apesar de o BC ter apresentado o Drex como “primo do Pix”, estes serviços irão funcionar de maneiras diferentes. A única semelhança entre o Drex e o Pix é a possibilidade de pagamentos instantâneos entre instituições financeiras. No entanto, o Pix efetua transferências apenas em real e obedece os limites de segurança estabelecidos pelo Banco Central. O real digital, por sua vez, permitirá operações financeiras com maior valor, graças à tecnologia blockchain.
O usuário do Drex poderá efetuar serviços financeiros com o real digital, como pagamentos, transferências, títulos públicos e outras possibilidades. A Caixa Econômica Federal anunciou, através de um consórcio com a Microsoft e a bandeira de cartões Elo, a possibilidade de pagamento de parcelas da casa própria, veículos e programas sociais de forma instantânea.
O Drex iniciará operações simuladas em setembro deste ano e tem previsão de chegada aos correntistas entre o segundo semestre de 2024 e o primeiro semestre de 2025. Inicialmente, o real digital funcionará como uma moeda de atacado. Ou seja, o consumidor não terá um acesso direto à moeda, que ficará disponível através de carteiras virtuais.
Imagem: Envato