SAP NFe: sistema será descontinuado em 2025

Como vem sendo amplamente debatido, o SAP, software mundial de gestão empresarial, descontinuará até dezembro de 2025 o módulo SAP NF-e, mais conhecido como SAP GRC NFe Inbound Outbound, uma ferramenta abrangente e popular de governança, riscos e conformidade fiscal que atende a legislação brasileira. Com a medida, as atividades de emissão e de recebimento de notas fiscais eletrônicas dos clientes que usam a tecnologia serão impactadas diretamente.

Esse cenário tem levantado muitas dúvidas no mercado corporativo. “Não é apenas a substituição de um software que precisa ser feita, mas toda a reestruturação de processos e da estratégia em gestão, para que as obrigações fiscais e tributárias das empresas sejam plenamente atendidas. Ao mesmo tempo, evitar o risco de multas e autuações do Fisco, em caso de inconsistências de informações”, alerta o especialista em sistemas da informação Hugo Ramos, Membro Participante na definição e na evolução dos projetos de DF-e junto aos líderes técnicos das Secretarias da Fazenda no Brasil e CEO do software de gestão fiscal Oobj, que atende nomes como Danone, Panpharma, Refrescos Bandeirantes, Brasil, Grupo Cereal, Grupo Herval, entre outras.

O percentual de empresas brasileiras que utilizam exclusivamente o SAP GRC NFe Inbound e Outbound, para realizar suas operações fiscais, é bastante elevado, sendo uma das ferramentas mais populares do mercado nacional. “Esse contingente precisa encontrar alternativas, para não travar suas operações financeiras. A SAP passará a oferecer o software Document and Reporting Compliance (DRC), que precisará ter um novo projeto de implantação, exigindo um alto investimento, pois é uma nova solução SAP., avalia o especialista.

Soluções para a descontinuidade do SAP GRC NFe

O profissional explica que a transição para novas soluções deve ser planejada com cuidado e estratégia para evitar transtornos, como erros na emissão de notas fiscais, operação parada por lentidão, que podem resultar em atraso de faturamento e prazo de entrega, custos adicionais de logística, danos à reputação da empresa, além de risco de multas e autuações do Fisco. 

“Estimamos um prazo de três a seis meses, em média, para a migração destes módulos para novas soluções alternativas, a depender das complexidades e das customizações existentes em cada cliente. Somando isto a um prazo também complexo de análise de fornecedores, comercial e tecnicamente, fluxo jurídico de contratação e da notificação de todos os envolvidos. O ideal é que o planejamento para esta substituição comece a ser realizado ainda no primeiro semestre de 2024”, pondera Ramos.

A descontinuidade do SAP GRC NFe Inbound e Outbound comprova, na avaliação do Hugo Ramos, a necessidade de o país diversificar o uso de softwares adaptáveis às demandas da legislação brasileira, que sejam capazes de sofrer atualizações com rapidez, eficácia e proatividade. Também abre portas para a movimentação de novos negócios e estimula a maior competitividade entre os desenvolvedores locais. 

A solução Oobj do processamento de Documentos Fiscais Eletrônicos (DFe) se posiciona como uma alternativa viável para a substituição do SAP GRC NFe Inbound e Outbound, já atuando na transição de empresas para a sua ferramenta nativa. O software Oobj é capaz de garantir o processamento e o armazenamento seguro e legal de Documentos Fiscais e proporcionar segurança para cumprir prazos e obrigatoriedades do Fisco.

Além disso, para evitar transtornos com a emissão de NFe, o fornecedor da tecnologia precisa ter alta performance e ser capaz de emitir um alto volume de documentos. O software Oobj processa cerca de 1 milhão de DF-e por hora, sendo mais de 500 documentos por segundo. O prestador também precisa ter mecanismos para se atualizar com as legislações específicas das Sefaz de cada estado, entrar em modo de contingência e sair dentro do prazo necessário para envio dos documentos às Administrações Fazendárias. A solução Oobj atende a todos esses critérios.

Qual o motivo do SAP GRC NFe ser descontinuado?

A SAP  é a ferramenta mais utilizada no Brasil para a integração e otimização dos processos de negócios. Foi projetado em módulos para atender as necessidades de cada organização, reunindo diversos departamentos, desde a gestão financeira e contábil até a logística de recursos humanos. As vantagens desse recurso são diversas, como centralização de dados e processos, automação de tarefas, facilita a tomada de decisão baseadas em informações precisas. “A principal característica do SAP é a segurança nos processos de gestão, sendo muito utilizado por grandes companhias, principalmente as que desejam ter processos financeiros mais consistentes”,  exemplifica Ramos.

“A legislação tributária brasileira é bastante complexa, apresentando diversos desafios, demandas e mudanças, como a reforma tributária, para as multinacionais da área de tecnologia, tornando o suporte de todas as alterações muito custoso e bastante específico para atender só o mercado nacional, o que é um problema para softwares de escala global”, argumenta o especialista.

Em média, o ENCAT (Encontro Nacional de Coordenadores e Administradores Tributários Estaduais) gera de duas a três notas técnicas por ano. “Exigindo, portanto, manutenção desses ambientes digitais, aplicação de patch notes, ou seja, atualizações de maneira proativa e correções de base em caso de erros. O custo de se realizar este processo, para todas as empresas usuárias da ferramenta que não estão na nuvem, é oneroso”, esclarece Hugo Ramos. 

Por conta disso, a SAP optou por descontinuar o módulo NFe inbound e outbound e a interrupção do suporte está marcada para 31 de dezembro de 2025.

Imagem: Freepik