Varejista americana processa Amazon por monopolizar mercado

A varejista online americana Zulily processou a Amazon na segunda-feira (11). O processo da empresa, protocolado em um tribunal federal em Seattle, alega que a Amazon se envolveu em manipulação de preços (price fixing), monopolizou o mercado de marketplaces online e adotou comportamento de “intimidação” para que comerciantes deixassem a Zulily. 

A ação também alega que o grande concorrente trabalhou para “destruir” a Zulily e eliminar a concorrência no varejo horizontal. O processo também acusa a Amazon de esquemas de “price fixing” com fornecedores atacadistas e varejistas terceirizados. Como resultado, quase metade dos fornecedores que vendiam tanto para a Amazon quanto para a Zulily encerraram sua relação com a pequena varejista em cerca de um ano, ela alega.

O processo desta semana vem poucos dias depois da decisão da Zulily de demitir mais de 800 pessoas a partir de fevereiro, tornada pública por meio de avisos obrigatórios apresentados a autoridades de emprego em três estados. A varejista também sinalizou, por meio de seu site e redes sociais, a intenção de encerrar as atividades. No entanto, até quinta-feira, não havia feito declarações sobre seu futuro.

Segundo o processo da Zulily, que tem 58 páginas de conteúdo, a Amazon coagiu varejistas terceirizados e fornecedores atacadistas a aumentarem artificialmente os preços da Zulily para igualar os preços da Amazon. A empresa puniu qualquer vendedor que não cumprisse, de acordo com a ação.

A Amazon foi capaz de fazer isso porque “abusou de seu poder de monopólio como marketplaces online para se imunizar da concorrência de todos os outros varejistas online”, diz o processo. 

“Após apenas alguns meses de ser alvo da conduta excludente da Amazon, a Zulily foi forçada a abandonar a ‘Melhor Promessa de Preço’ que fez aos consumidores e remover todas as comparações de preços da Amazon de seu site — abandonando efetivamente sua estratégia de ganhar escala por meio de preços com desconto”, disse a empresa em sua ação. A Zulily havia se comprometido anteriormente a igualar o preço se um comprador encontrasse um valor mais baixo para um item na Amazon ou no Walmart.

A partir de 2019, a Zulily alegou em sua ação que as ações da Amazon causaram perdas substanciais de receita, reduziram o tráfego no site e negaram à varejista a escala necessária para competir no mercado. Ambas as empresas têm sede em Seattle.

“As alegações feitas nesta ação são falsas”, disse o porta-voz da Amazon, Tim Doyle, em um comunicado ao Retail Dive. “A indústria do varejo é dinâmica e forte, com muitos varejistas tendo sucesso, incluindo pequenas e médias empresas que estão prosperando, crescendo e inovando. Isso inclui muitos em nossa loja, e eles agora representam mais de 60% das vendas na Amazon.”

A Regent, empresa de private equity global baseada em Los Angeles, comprou a Zulily do Qurate Retail Group em maio. A Zulily, os advogados listados nos documentos judiciais que entraram com a ação em nome da empresa e a Regent não responderam aos pedidos de comentários enviados por e-mail pelo Retail Dive em busca de mais informações sobre o processo, as demissões iminentes ou se a empresa está encerrando suas atividades.

A Comissão Federal de Comércio também entrou com processos contra a Amazon. Um dos processos da FTC afirma que a empresa violou leis antitruste federais e estaduais, enquanto outro alega que a Amazon enganou os consumidores para se inscreverem no Prime ou manterem sua associação. A Amazon negou qualquer irregularidade e pediu ao tribunal que rejeitasse ambos os processos da FTC.

O site de notícias de tecnologia GeekWire relatou na semana passada que o site da Zulily brevemente publicou uma mensagem durante o fim de semana dizendo “Todas as vendas são finais durante a liquidação de falência da Zulily”, que indicaria que a empresa estaria prestes a encerrar suas atividades.

Essa declaração foi removida e substituída por uma nova mensagem que ainda estava no ar até o meio-dia de quarta-feira: “Promoção Final. Todos os itens têm que sair.” 

Publicações recentes na página do Facebook da Zulily também incentivaram os clientes a comprar os conjuntos restantes de Lego e os sapatos Muk Luks da empresa. “Todas as promoções são definitivas”, observaram ambas as postagens.

Por Nate Delesline III para Retail Dive
Imagem: Envato