Economia
Vendas em bares e restaurantes sobem em outubro, mesmo com crise do metanol
As vendas do setor de bares e restaurantes tiveram alta de 1,6% em outubro, de acordo com o Índice Abrasel-Stone, relatório mensal produzido pela Stone em parceria com a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes). Na comparação com o mesmo mês de 2024, houve queda de 1,9%.
Segundo o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, “a preocupação gerada pela ‘crise do metanol’ fez parte dos primeiros dias de outubro, quando consumidores (principalmente na cidade de São Paulo e em algumas outras capitais) migraram momentaneamente para bebidas não destiladas. Mas o fato determinante é que a confiança não se rompeu: as pessoas continuaram frequentando os bares, reconhecendo o compromisso dos empresários com a segurança dos clientes, um aspecto reforçado pelo fato de que nenhuma garrafa contaminada por metanol foi identificada em estabelecimentos do setor. Com o ambiente estabilizado, outubro inaugura um trimestre que tradicionalmente concentra consumo e gera expectativas bastante positivas para os empresários”.
O economista e pesquisador da Stone, Guilherme Freitas, afirma que a recuperação parcial de outubro indica a dissipação gradual do impacto inicial da crise. “O início do mês ainda foi impactado pela repercussão da ‘crise do metanol’, que inibiu o consumo e o fluxo nos estabelecimentos, especialmente na primeira semana. Conforme esse temor se dissipou a partir da segunda quinzena, o volume de vendas reagiu, fechando o mês no azul. No entanto, essa retomada pontual não esconde o desafio estrutural, com queda de 1,9% na comparação anual, o setor ainda esbarra no bolso do consumidor. O endividamento das famílias atingiu níveis recordes e a inflação da alimentação fora de casa segue acima de 8% em doze meses. Isso cria um teto para o crescimento, restringindo gastos não essenciais, apesar do desemprego baixo”.
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Desempenho regional
Entre os 24 estados avaliados, sete registraram crescimento anual em outubro: Paraíba (2,9%), Sergipe (2,7%), Rio Grande do Norte (1,9%), Goiás (1,8%), Piauí (1,5%), Tocantins (0,8%) e Espírito Santo (0,2%).
As demais unidades da federação apresentaram queda no período. As reduções mais intensas ocorreram em Roraima (10,4%), Pernambuco (8,2%), Amazonas (6,5%), Maranhão (4,8%), Rio Grande do Sul (4,4%) e Santa Catarina (4%). Também houve retração em Rondônia (3,7%), Alagoas (3,4%), Bahia (3%), Mato Grosso (2,8%), Ceará (2,5%), Pará (2,4%), São Paulo (1,8%), Mato Grosso do Sul (1,5%), Minas Gerais e Rio de Janeiro (1,3%) e Paraná (0,9%).
Imagem: Envato
