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Os consumidores estão cada vez mais receptivos para as marcas próprias

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Lançar uma marca própria requer mais que vontade, é necessário muito estudo para desvendar as reais necessidades e desejos do consumidor. Além de conhecer, também, os produtos dos concorrentes, porque o começo da marca própria pode estar exatamente aí: na lacuna deixada pelo mercado.

A marca própria não pode nascer do nada, ela tem que pertencer a uma empresa bem estabelecida no seu segmento, respeitada pelos clientes e fornecedores, para ter a certeza que o investimento terá retorno. Elas são mais que simples produtos. É uma grande oportunidade para o varejista estabelecer uma verdadeira conexão com os seus clientes, além de imprimir seus valores.

Hoje, as famílias estão mais dispostas a testarem novas marcas, e um estudo da Nielsen (NIQ), encomendado pela Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização (Abmapro), prova isso. Cerca de 34% dos lares brasileiros já consomem algum item de marca própria, e o mesmo estudo aponta que houve um incremento de 17% nas vendas de produtos private label no varejo alimentar, entre os anos de 2021 e 2022. Esse resultado superou o desempenho apresentado pelas outras marcas, que cresceram 14% no mesmo período.

Esse mercado fatura em média R$ 3,9 bilhões por ano e tem muito espaço para crescer, em todos os segmentos. Mas, antes de se jogar nesse mundo, o empresário tem que ter claro que junto vem uma imensa responsabilidade com o consumidor. Então, primar pela qualidade, buscar parceiros sérios, montar uma estrutura forte de relacionamento com o cliente, investir em novas tecnologias, ativos e definir processos, são algumas das responsabilidades.

Sem preguiça para pesquisar

Para lançar uma marca com segurança é importante analisar o momento, ouvir o mercado e, principalmente, os consumidores. Ter uma empresa séria nesse processo de criação é fundamental. Ela que vai analisar de forma macro e micro cada resposta, principalmente nas entrelinhas. Então, respeitar etapas é essencial.

1) análise do briefing,

2) definição do fornecedor

3) marca e embalagem

4) primeira produção de embalagens, até o

5) lançamento

Até o final da etapa dois, o nome da marca e o mix de produtos devem estar definidos e aprovados. Em paralelo a toda pesquisa, essas definições precisam ser tomadas com base nas respostas do mercado. E uma vez definido, se inicia a etapa 3, que é a confecção da embalagem e rótulos.

Eu digo, sem medo de errar, que iniciar a produção teste, é a maior emoção de todo o processo, superado apenas pelo lançamento da marca.

A precificação e o mix são outras resoluções espinhosas, e o meu conselho para essa fase é: considere muito a expectativa do seu público e o preço do seu concorrente. Esses dois itens vão dar um norte nesse momento tão crucial.

Teste também é uma estratégia de marketing

Testar cada item do portfólio é essencial e isso deve fazer parte da estratégia de marketing do lançamento. Reunir consumidores para uma “degustação à cegas”, por exemplo, viabiliza ajustes com baixo custo. É melhor consertar antes das máquinas trabalharem a todo vapor. E depois de ter ajustado toda a linha fina, chegou a hora de produzir todo o material promocional que serão usados no pdv, além de definir toda a campanha publicitária, até a divulgação orgânica na imprensa e redes sociais.

Pronto! O produto foi lançado, agora é relaxar. Engano. Depois desse trabalho árduo que pode levar meses, é preciso monitorar os resultados e observar se novos ajustes serão necessários. Manter a qualidade e a consistência da marca, ao longo do tempo, é o grande pulo do gato. Ficar atento às tendências do mercado, aos desejos dos consumidores e a realidade da faixa de público que você atende é um exercício diário.

Já passamos da fase em que o consumidor associava marca própria com baixa qualidade. Hoje, os clientes confiam na empresa que está por trás dela, isso é o suficiente para ele acreditar no produto, e não queremos perder isso.

Chamo atenção para outro ponto muito importante: o envolvimento de todas as áreas da empresa, principalmente a equipe de vendas. Ela que está na linha de frente com os clientes, que apresenta a marca e tira dúvidas, sem eles a marca própria corre riscos. Então, preparem muito bem esse canal.

No geral, desenvolver uma marca própria é mergulhar em um universo de inovação, flexibilidade e conexão com o consumidor. À medida que as empresas abraçam essa abordagem, elas não apenas definem seus produtos, mas também moldam a experiência de compra. As marcas próprias representam uma evolução dinâmica no cenário do varejo, oferecendo aos consumidores opções exclusivas e às empresas a oportunidade de se destacarem.


Renato Sá; Marca própria

 

*Renato Sá, CEO do Grupo Aliar e da rede de franquias Tintas MC.

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