Marketing
6 tendências em trade marketing para 2024
O foco nas pessoas equilibrado com boas práticas de uso da tecnologia são caminhos para o trade marketing nesse ano
Os avanços em tecnologia registrados em 2023, com a criação de soluções cada vez mais voltadas para cada especificidade do trabalho de trade marketing (do Inglês, marketing comercial), deixaram um legado que deve se desenvolver ainda mais ao longo deste ano. Em 2024, os investimentos devem ser voltados para esforços que aumentem de fato as vendas, baseados em critérios e indicadores consistentes.
O trade marketing é um conjunto de estratégias de acompanhamento da mercadoria no comércio. Com ele, é possível pensar na criação de estratégias direcionadas aos intermediários da cadeia, como varejistas e distribuidores, considerando fatores como promoções, merchandising, precificação, exposição em prateleiras, treinamento de equipes de vendas, entre outros. O trade marketing foca na forma como o produto será exposto nas diversas etapas até chegar ao consumidor.
Acompanhe seis tendências sobre o que não podem ficar de fora dos dos varejistas que querem alcançar outros níveis de execução em 2024:
1. Tomar como base dados precisos
A primeira tendência fundamental para o trade marketing em 2024, apontada por vários dos especialistas, é a adoção de uma abordagem baseada em dados precisos, deixando de lado a subjetividade e o “achismo”. A necessidade de acompanhar a execução com informações auditadas torna-se ainda mais evidente a partir deste ano. Essa evolução exige que as equipes de trade marketing estejam equipadas para avaliar a adequação do mix de produtos em cada canal, prever aumentos de vendas sazonais e compreender o comportamento do consumidor.
2. Comunicar com eficiência
Outro foco da indústria em 2024 deve ser em soluções para melhorar a comunicação entre os times. Para André Krummenauer, CEO da Involves, a troca de informações precisa acontecer de forma descentralizada e alcançar todos os setores. Por isso, uma das principais tendências para o próximo ano é a integração.
“A coerência entre o que é visão na ‘sala de justiça’ de um time decisor e o que é implementado no dia a dia precisa ser checada diariamente”, recomenda André. Para que essa estratégia funcione, é preciso priorizar ferramentas exclusivas de trade marketing, que permitam que diferentes times (além do trade) estejam conectados à estratégia em loja.
“Isso é comunicação e integração de toda a indústria no mesmo propósito”, destaca o CEO. Além disso, essas soluções proporcionam inteligência às indústrias, agências e distribuidoras, oferecendo recursos de educação contínua, por meio de bibliotecas específicas, e garantem acesso seguro e o compartilhamento adequado dos dados.
3. Experiências imersivas
Em relação à experiência de compra dos consumidores, o uso de realidade aumentada (AR) e virtual (VR) pode indicar uma mudança significativa no cenário do varejo, criando ambientes mais dinâmicos e atraentes. Para Rutherford Morais, Founder & Partner da Geniale Trade Innovated, ao longo deste ano devem surgir novidades no sentido de proporcionar experiências diferentes para varejistas e consumidores, como realidade mista para treinamentos. “Assim, é provável que sejam lançados catálogos, manuais e outros conteúdos que utilizem recursos como marcações visuais para trazer funcionalidades extras quando captadas pela câmera do celular”, afirma.
3. Foco em pessoas
Apesar dos avanços em tecnologia dos últimos anos e das previsões de ainda mais investimento em soluções que ajudem a aumentar a produtividade das equipes e os lucros dos negócios, a execução ainda está na mão das pessoas. Em um ambiente de negócios dinâmico, a capacitação contínua melhora a adaptabilidade da equipe a deixa mais preparada para lidar com as transformações necessárias no mercado.
Para Lindiane Baisch, gerente de trade marketing da PepsiCo, sem pessoas comprometidas, qualificadas e felizes é impossível entregar qualquer resultado. “O objetivo deve ser desenvolver, engajar, integrar, qualificar as pessoas, buscando um time de alta performance, focando nas habilidades e desafios individuais”, recomenda.
4. Cultura de execução
Outro ponto levantado por André Krummenauer, CEO da Involves, é a valorização da cultura de execução, que deve estar presente em todos os setores da empresa, inclusive nas lideranças. “Não há mais espaço para delegar ou delargar a execução para os times de chão de loja. Percebemos um movimento em diversas CPGs (Consumer Packaged Goods – Bens de Consumo Embalados) em que toda a liderança passa a respirar o Ponto de Venda. Inclusive com metas de visitas, de auditoria de loja, de feedback e interação com o canal. Liderança pelo exemplo, iniciando pelo management”, destaca.
6. Profissionais mais analíticos
Ainda dentro do âmbito do capital humano, para Cesar Duro, CEO da Sellers, quando se trata de um mercado direcionado pelos fatores econômicos, aumenta a necessidade de profissionais que sejam mais analíticos e, principalmente, focados em melhorar cada parte do processo. “O principal de um profissional é entender não só olhando para frente, mas olhando para o histórico, analisando cenários e comportamentos, identificando os gargalos e gaps de oportunidades da operação: onde pode melhorar a execução, onde melhora a distribuição, mix adequado e controle de precificação frente à concorrência de forma muito mais precisa”.
Imagem: Envato