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Lojas automatizadas: eficiência é a experiência

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Varejistas de diferentes categorias estão adotando conceitos de lojas automatizadas como uma resposta estratégica a duas pressões convergentes: o aumento dos custos operacionais, de um lado, e a evolução das expectativas dos consumidores em relação à conveniência, de outro. Esses formatos vão além de um simples exercício de redução de custos (embora também gerem economia) e representam uma aposta calculada na eficiência sem atritos como forma de entregar valor real ao cliente.

A operação de lojas automatizadas reduz a jornada de compra à sua função mais essencial: acesso rápido e fácil aos produtos. Na prática, são uma nova geração de máquinas de venda automática em escala ampliada, capazes de receber pedidos dos clientes e entregar os itens em compartimentos para retirada. Viabilizados pela queda no custo da robótica, esses conceitos eliminam completamente a experiência tradicional de loja, substituindo-a por eficiência puramente transacional.

Grande parte do apelo das lojas automatizadas está na velocidade de implantação e na flexibilidade de localização. Sistemas pré-fabricados podem ser instalados em dias, e não em meses, ocupando espaços onde o varejo tradicional não se sustenta economicamente, como estacionamentos, hubs de transporte, campi universitários e unidades de saúde. Não se trata de substituir lojas existentes, mas de identificar pontos antes inviáveis, onde a infraestrutura pode ser implementada rapidamente e operada com custos mínimos. Há potencial para criar novas estratégias de localização e atender necessidades que antes não eram contempladas.

A tecnologia por trás desses conceitos evolui rapidamente e já atingiu um nível de maturidade que permite lidar com uma variedade maior de produtos. Sistemas robóticos conseguem se adaptar a diferentes tipos de embalagens e pesos, além de manusear itens frágeis com mais delicadeza. Múltiplos braços robóticos operam em conjunto, com redundância integrada: se um falha, os outros compensam. Esse nível de confiabilidade se aproxima do necessário para operações autônomas reais, 24 horas por dia, sete dias por semana.

O formato de lojas automatizadas se adapta de maneiras distintas conforme a categoria de produto e o contexto do consumidor. Negócios de alimentação podem usar unidades automatizadas para marcar presença física sem os custos de um ponto tradicional, ampliando horários de atendimento. Redes de fast food miram ambientes onde os clientes buscam refeições rápidas fora dos horários convencionais. No setor de saúde, essas soluções reduzem o intervalo entre diagnóstico e tratamento ao oferecer acesso imediato a medicamentos prescritos com frequência. Já os supermercados testam formatos sem atrito voltados a consumidores urbanos que priorizam rapidez em vez de navegação pelas gôndolas.

O que conecta todos esses usos é o pensamento orientado à ocasião. Não são experiências de compra de destino. Elas atendem momentos específicos em que o consumidor quer apenas eficiência: o desejo noturno, a retirada de um medicamento após a consulta, a refeição entre aulas, a compra esquecida do dia a dia.

A questão para os varejistas não é apenas transformar as operações existentes em lojas automatizadas, mas identificar onde esses formatos desbloqueiam novos pontos de contato antes inalcançáveis. Os vencedores serão aqueles que entenderem que eficiência nem sempre é concessão (muitas vezes, é exatamente o que o cliente procura).


lojas automatizadas

VenHub

A VenHub lançou um sistema de loja de conveniência totalmente pré-fabricado, projetado para ser implantado em shoppings, parques e estacionamentos em até sete dias. A operação não é feita por humanos, mas por dois braços robóticos apelidados de “Barb” e “Peter”, responsáveis por separar os pedidos feitos via aplicativo e colocá-los em um dispensador para retirada.

A estrutura, semelhante a um contêiner, lembra uma vitrine tradicional com vidros blindados, abrigando um interior onde os braços robóticos atuam em conjunto, retirando produtos das prateleiras. Cada braço conta com duas garras e ventosas, permitindo lidar com embalagens rígidas ou flexíveis, itens pesados ou delicados.

O sistema opera com redundância: se um braço deixa de funcionar, o outro continua a operação de forma independente. Os clientes fazem o pedido antecipadamente pelo aplicativo, viabilizando a operação totalmente automatizada, sem a presença de funcionários.


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Abasotas

Fundada em 2016 como uma padaria artesanal on-line por um casal, a Abasotas Food Studio, estilizada como “aaA”, inaugurou em Bilbao uma micro-padaria automatizada com design contemporâneo, equipada com uma máquina de venda em aço inox no estilo ATM, que dispensa cookies, brownies e bolos.

O “ATM” da aaA oferece acesso 24 horas por dia aos produtos artesanais da marca, sem necessidade de equipe no local. O formato automatizado permite manter presença física em um mercado estratégico, reduzindo custos com pessoal e ampliando o horário de funcionamento além do modelo tradicional de padarias.

A transição do ambiente exclusivamente digital para o varejo físico automatizado mostra como negócios de foodservice nativos digitais podem chegar ao brick-and-mortar por meio de formatos baseados em tecnologia.


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Amazon x One Medical

A Amazon lançou quiosques automatizados de medicamentos em clínicas da One Medical, em Los Angeles, com estoque de remédios prescritos com frequência, como antibióticos, inaladores e tratamentos para pressão arterial, disponíveis para retirada poucos minutos após a consulta médica.

As máquinas evitam longas esperas em farmácias ao oferecer acesso imediato aos medicamentos no próprio ponto de atendimento. O objetivo é reduzir o intervalo entre diagnóstico e tratamento, tornando a experiência do paciente mais fluida.

Os quiosques também podem aumentar a taxa de retirada de prescrições, ao eliminar fricções comuns no processo. Ao focar em medicamentos de alto volume, a Amazon aposta em itens que podem ser dispensados com segurança por sistemas automatizados.

A iniciativa faz parte da expansão da Amazon na área de saúde após a aquisição da One Medical, em 2022, e o modelo pode ser replicado em outras unidades se os resultados forem positivos.


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IKEA x Reckon.AI

Em fevereiro de 2025, a IKEA e a Reckon.ai anunciaram planos para abrir sua primeira microloja autônoma em Hammersmith, Londres.

O espaço foi concebido para facilitar o acesso aos produtos alimentícios da IKEA, atendendo consumidores urbanos que priorizam rapidez e eficiência.

Com tecnologia de reconhecimento de imagem da Reckon.ai, a loja automatiza preços, monitora estoques em tempo real e analisa padrões de compra. O modelo “pegue e leve” sem atrito simplifica a experiência e cria novas oportunidades de crescimento para varejistas que adotam automação baseada em inteligência artificial.


PizzaForno

Em agosto de 2025, a PizzaForno ampliou a operação de suas máquinas automatizadas de pizza em campi universitários da Califórnia, estreando oficialmente no LA City College e anunciando a instalação de duas unidades na Long Beach State University ainda no mesmo mês.

As pizzarias automatizadas funcionam 24 horas por dia e entregam pizzas em menos de cinco minutos. Os pedidos podem ser feitos em uma tela sensível ao toque ou via aplicativo, para retirada posterior. A operação utiliza tecnologia da Adial, plataforma francesa especializada em foodservice automatizado.

Atualmente, a PizzaForno opera duas máquinas no Rio Hondo College, no condado de Los Angeles, além da nova unidade no LA City College. A estratégia mira ambientes universitários, onde estudantes buscam refeições rápidas e convenientes, muitas vezes fora dos horários tradicionais.

O formato garante oferta contínua de alimentos, independentemente de limitações de equipe ou horário, e o tempo de preparo de cinco minutos torna a solução competitiva com o fast food tradicional, com maior acessibilidade.


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Imagens e informações: GDRUK
Tradução: Central do Varejo

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