Economia
Americanas: Controladores sinalizam aporte de até R$2 bi
A Americanas recebeu uma sinalização positiva de seus acionistas controladores, Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, que anunciaram um investimento de até R$2 bilhões na companhia, conforme noticiado pelo Money Times. Os recursos serão aplicados em diferentes áreas da empresa, como a integração dos canais online e físico, o desenvolvimento de tecnologias para melhorar a experiência do cliente e a expansão da atuação em novas categorias de produtos.
O investimento também busca tranquilizar os credores da varejista, que temem um possível calote. A injeção de recursos pode ajudar a empresa a equacionar suas dívidas e a retomar seu crescimento, além de indicar que a gestão está comprometida em solucionar os problemas levantados pelo escândalo contábil revelado no início do ano.
Essa movimentação dos acionistas controladores reflete a confiança no potencial de crescimento da Americanas. A empresa vem expandindo seus negócios através de aquisições estratégicas e diversificação de serviços. O objetivo é consolidar sua posição no mercado e se tornar líder em diferentes segmentos. Com o investimento, a Americanas busca se preparar para competir com a entrada de grandes players internacionais no mercado brasileiro, como a Amazon.
O investimento dos acionistas controladores na Americanas é mais uma etapa de um processo que vem sendo construído há anos. A companhia foi criada em 1929, no Rio de Janeiro, e atualmente é uma das maiores empresas de varejo do Brasil, com mais de 1.700 lojas em todo o país. Nos últimos anos, a Americanas vem investindo em novas tecnologias e se consolidando como uma plataforma digital de varejo, oferecendo serviços como a Americanas Prime e o Ame Digital.
Além disso, a Americanas vem realizando aquisições estratégicas em diferentes setores, como o de tecnologia financeira, com a compra da plataforma de investimentos Vitreo, e o de logística, com a aquisição da Cargolift e da Plus Delivery. Com essas ações, a Americanas busca se tornar uma empresa cada vez mais completa, capaz de oferecer uma ampla variedade de produtos e serviços para seus clientes.
Histórico da Americanas
Em janeiro de 2023, o ex-CEO da Americanas, Sérgio Rial, surpreendeu o mercado ao afirmar que teria encontrado “inconsistências em lançamentos contábeis” nos balanços corporativos da companhia no valor de aproximadamente R$20 bilhões. Segundo Rial, essas inconsistências estariam presentes nos balanços dos últimos cinco anos e teriam sido causadas principalmente por dívidas com bancos em operações de risco. Essas operações envolveriam a utilização de títulos públicos como garantia, que teriam sido supostamente vendidos ou dados em garantia a outros credores, gerando perdas significativas.
Após o anúncio de Rial, a Americanas teve seu pedido de recuperação judicial aceito pela Justiça. A companhia afirmou ter dívida de R$43 bilhões com 16,3 mil credores, sendo a maior parte com bancos. A recuperação judicial permitiu à empresa se reestruturar e buscar soluções para a sua dívida. No fim de março, a Americanas apresentou um plano de recuperação que inclui a venda de ativos, leilão reverso, conversão de dívidas em ações e o aporte de R$10 bilhões. Esse processo ainda está em vigor e a Americanas está trabalhando para se recuperar financeiramente e retomar a sua posição no mercado.
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Imagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil