Economia
Dólar deve fechar o ano em R$ 5,20, segundo Boletim Focus
Inflação tem estimativas subindo pela nona vez consecutiva
Nesta segunda-feira (8), o Banco Central (BC) divulgou o Boletim Focus, que apresenta as médias das estimativas de instituições financeiras para a economia brasileira em 2024 e nos próximos três anos. O Boletim Focus indica que o mercado financeiro espera que o dólar encerre 2024 cotado a R$ 5,20, repetindo a previsão divulgada na semana passada e situando o valor abaixo da cotação atual. Na última semana, o dólar fechou cotado a R$ 5,46, tendo alcançado R$ 5,66 em 2 de julho.
A cotação da moeda americana tem impacto direto na economia brasileira. Um dólar mais alto encarece os bens importados, pressionando a inflação, mas favorece as exportações ao tornar os produtos brasileiros mais competitivos no exterior. Por outro lado, um dólar mais baixo barateia os produtos importados, o que pode aliviar a inflação, mas coloca pressão sobre a indústria nacional que precisa competir com produtos estrangeiros.
Além do dólar, o Boletim Focus traz projeções para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Pela nona semana consecutiva, os agentes econômicos aumentaram a previsão, estimando que o IPCA fechará 2024 em 4,02%, acima dos 4% projetados na semana passada e dos 3,90% de quatro semanas atrás. Para 2025, a previsão subiu de 3,87% para 3,88%. Ambas as projeções estão dentro do intervalo da meta de inflação do BC, que é de 3% com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Atualmente, o IPCA acumulado em 12 meses é de 3,93%, com a próxima divulgação, referente a junho, marcada para quarta-feira (10).
As projeções de inflação são observadas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) para a definição da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 10,5%. O mercado acredita que a Selic se manterá nesse patamar até o fim do ano, com uma estimativa de 9,50% para 2025. Para 2026 e 2027, o Focus projeta a Selic em 9%. A taxa de juros influencia diretamente o desempenho econômico, com níveis elevados sendo anti-inflacionários, mas desestimulando o consumo e a atividade econômica, enquanto níveis mais baixos incentivam o crédito, o investimento e a geração de emprego, podendo pressionar a inflação.
O Boletim Focus também atualizou a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB). Pela segunda semana seguida, houve elevação na previsão de crescimento para 2024, que passou de 2,09% para 2,10%. Para 2025, a projeção foi ajustada de 1,98% para 1,97%, abaixo dos 2% estimados há quatro semanas.
Imagem: Envato