Economia
Grupo Petrópolis, dono da Itaipava, apresenta plano de recuperação judicial
Em segunda proposta, empresa avalia pagamento de até R$ 5,5 bilhões em dívidas
O grupo Petrópolis apresentou na última quarta (6) mais uma proposta de plano de recuperação judicial. No documento, a dona das marcas Itaipava, Crystal e Petra prevê uma maneira de continuar suas operações enquanto efetua pagamento de dívidas que, no total, chegam a R$ 5,5 bilhões.
De acordo com a Época Negócios, a primeira versão do plano de recuperação judicial, apresentada após a autorização da Justiça, em abril, foi desconsiderada após uma assembleia de credores realizada na semana passada. Assim, o grupo solicitou um adiamento para que um novo documento fosse preparado e apresentado.
Agora, os credores deverão votar pelo acolhimento ou rejeição da proposta feita pelo grupo Petrópolis na próxima segunda (11). Entre as medidas escolhidas pela empresa para saldar as dívidas, estão a venda de unidades produtivas isoladas, como parte de sua frota de caminhões, ativos de energia, “concessão de prazos e condições especiais de pagamento de obrigações” e a “equalização dos encargos financeiros”.
Os documentos apontam ainda que o plano prevê que as empresas do grupo possam obter novos recursos junto a credores, instituições financeiras, investidores ou outros interessados em fazer aportes nas empresas, desde que a execução da recuperação judicial não seja comprometida.
Com participação de 13% no mercado brasileiro de cervejas, o grupo Petrópolis, dono de marcas como Itaipava, Crystal, Petra, Lokal, Black Princess, Cacildis, Cabaré e TNT, recolheu aos cofres públicos mais de R$ 20 bilhões entre 2018 e 2022, além de se afirmar responsável por mais de 24 mil empregos diretos e 100 mil postos de trabalho indiretos.
Para justificar o plano de recuperação judicial, o grupo Petrópolis alega uma “crise de liquidez”, causada por uma forte redução de receita ligada à queda nas vendas, que saíram de 31,2 milhões de hectolitros de bebidas em 2020 para 24,1 milhões em 2022. Além disso, a empresa alegou ter sido impactada pelo aumento da taxa Selic, a taxa básica de juros do Brasil.
Imagem: Envato