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Inteligência artificial no varejo cresce, mas ainda não é maioria, aponta estudo da Central do Varejo

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Daniel Zanco apresenta resultados da pesquisa de inteligência artificial no varejo

Com o objetivo de entender o impacto e o ritmo de adoção da inteligência artificial no setor varejista, a Central do Varejo lançou o levantamento “Inteligência Artificial no Varejo”. Conduzido entre abril e junho de 2024 com 307 varejistas brasileiros, o estudo teve seus resultados apresentados por Daniel Zanco, fundador da Central do Varejo, em um evento realizado no dia 26 de junho no auditório da TOTVS, em São Paulo, com a presença de centenas de profissionais do setor.

Daniel Zanco apresenta resultados da pesquisa de inteligência artificial no varejo

Durante a divulgação do levantamento, Daniel Zanco mencionou a rápida evolução da inteligência artificial nos últimos anos. Para demonstrar essa rapidez e exponencialidade no crescimento da IA, ele destacou uma fala de Alexandr Wang, da Scale AI: “No último ano, desde o lançamento do ChatGPT no final de 2022, aconteceu mais em IA do que nos dez anos anteriores. Estamos na decolagem de uma tecnologia que vai transformar nossas vidas”.

A pesquisa mostra que a maioria dos varejistas ainda não usa inteligência artificial. Mas a distância não é longa: enquanto 47% dos consultados já utilizam IA, 53% ainda não implementaram essa tecnologia.

Em entrevista exclusiva para a Central do Varejo, Henrique Leoni, CEO da startup Toc Toc, comentou sobre os desafios e o potencial da inteligência artificial no varejo brasileiro. Ele apontou o alto custo de implementação como um dos principais obstáculos para a adoção da IA, mas expressou otimismo quanto ao futuro. “Os números estão excelentes, creio que nos próximos anos, veremos um varejo muito mais robusto e tecnológico no Brasil”, afirmou.

O estudo também mostrou que entre os varejistas que ainda não utilizam IA, 46% demonstram intenção de adotar a tecnologia, enquanto 47% ainda estão avaliando o tema. Apenas 7% dos entrevistados pretendem continuar operando sem IA. As principais barreiras identificadas são a falta de conhecimento (52%), falta de infraestrutura (26%) e dúvidas sobre o retorno sobre investimento (25%).

Para os varejistas que já incorporaram IA em suas operações, a maior parte das aplicações está concentrada em marketing e vendas. As principais áreas de utilização incluem atendimento ao cliente via chatbots (56%), criação de conteúdo de marketing (50%), personalização da experiência do cliente (36%) e análise de tendências (34%). Outros usos relevantes são a automatização de relatórios (25%) e prevenção a fraudes (22%).

A frequência de uso da IA é alta entre os varejistas que adotam a tecnologia, com 58% utilizando-a diariamente. No entanto, os investimentos ainda são relativamente modestos: 56% gastam até R$ 10 mil por ano, e apenas 24% investem acima de R$ 150 mil anualmente.

Os benefícios percebidos da IA são consideráveis. A maioria dos varejistas relatou aumento de eficiência (84%) e redução de custos (42%). Além disso, 39% observaram melhorias na satisfação do cliente e 36% registraram aumento nas vendas. No entanto, um terço dos varejistas ainda não vê resultados financeiros diretos, embora mais da metade perceba uma redução de custos. A satisfação com a IA é alta, com 89% dos usuários satisfeitos com os resultados.

Entre as áreas de interesse futuro, as mais citadas foram a geração de conteúdo para marketing e e-commerce, previsão de demanda e personalização da experiência do cliente. Para que mais varejistas adotem a IA, o estudo aponta a necessidade de soluções mais acessíveis, fácil implantação e maior clareza sobre o retorno do investimento.

Patricia Cotti palestrando no evento de inteligência artificial no varejo

Após a apresentação dos resultados, Patricia Cotti, diretora de estudos de varejo do IBEVAR, comandou uma palestra sobre o impacto da IA no varejo, apresentando diversos casos de sucesso que evidenciam a eficiência e personalização proporcionadas pela tecnologia. Ela citou estudos realizados pela Microsoft que mostram que ferramentas como o Microsoft Copilot e o GitHub Copilot permitem concluir tarefas entre 26% e 73% mais rápido, impactando significativamente a velocidade e eficiência das atividades diárias.

Patricia também ressaltou que a inteligência artificial pode ajudar a resolver gargalos existentes, especialmente na área de marketing, onde a quantidade de criativos necessários para atender à demanda é grande. Segundo a executiva, “a inteligência artificial vem para somar, trazendo escalabilidade e eficiência”.

debate sobre IA no varejo

Por fim, Elói Assis, diretor executivo da TOTVS, mediou um debate com a presença de Daniel Zanco, Henrique Leoni, CEO da startup Toc Toc, e Thaiza Fablicio, líder de e-commerce da Samsung SDS. 

No painel, Elói abordou a importância da cibersegurança e da qualidade dos dados, Henrique Leoni explicou como a Toc Toc utiliza IA para gerar orçamentos rápidos e eficientes no segmento de pintura e Thaiza Fablicio mostrou como a Samsung usa a tecnologia para melhorar a eficiência energética e conectar dispositivos inteligentes em casa, superando concorrentes em lucro operacional.

Henrique Leoni elogiou a iniciativa da Central do Varejo ao realizar o estudo, ressaltando a importância de iniciativas que impulsionem a digitalização do varejo. “A pesquisa feita pela Central ajuda a dar o tom dos próximos passos, principalmente para aquelas empresas que estão buscando renovação e se manterem relevantes no mercado. Sem dúvidas, precisamos de mais iniciativas como essas, para termos um varejo cada vez mais estruturado e forte no país”, concluiu.

Imagens: Camila Cândido