E-commerce
‘Prime Day’ será aposta da Amazon para impulsionar vendas em julho
Evento deste ano ocorrerá em meio ao aperto das medidas de fiscalização da Receita Federal contra as plataformas estrangeiras
A Amazon revelou detalhes do seu evento anual “Prime Day”, que ocorrerá nos dias 11 e 12 de julho deste ano. Para o marketplace, a plataforma de vendas de itens próprios e de terceiros, essa data é mais importante do que a Black Friday, e, portanto, há um esforço para gerar visibilidade e atrair clientes e vendas.
No entanto, este ano o evento ocorre em meio a um aumento na fiscalização de marketplaces estrangeiros. A Receita Federal e os Correios têm implementado ações nas últimas semanas para dificultar importações de mercadorias sem o devido pagamento de impostos e taxas aduaneiras. As reclamações sobre aumentos nas cobranças, especialmente na área da aduana de Curitiba (PR), têm crescido nas plataformas.
Ao contrário de plataformas como Shein, Shopee e AliExpress, que são fiscalizadas com base em sistemas de amostragem dos Correios e não cobram impostos na compra, a Amazon Brasil cobra impostos no momento da venda de produtos estrangeiros em seu site e aplicativo. O principal executivo do grupo no país, Daniel Mazini, afirmou que a empresa cumpre as regras do país e não subsidia os impostos cobrados do cliente.
Recentemente, a Shein mencionou a possibilidade de subsidiar a cobrança de impostos para consumidores brasileiros, devido às medidas mais rigorosas implementadas para evitar a entrada de produtos importados com impostos sonegados no Brasil. Essa maior rigidez já estaria afetando as vendas das plataformas asiáticas, de acordo com relatórios de analistas do setor. Mazini afirmou que a Amazon segue uma estratégia de crescimento sustentado ao longo do tempo.
No cenário global, a Amazon tem mostrado sinais de revisões de custos e despesas, com fechamento de negócios e demissões. Analistas estrangeiros acreditam que os efeitos desses ajustes ainda não estão completamente refletidos nos números da empresa.
Diferentemente de outras empresas que buscam uma expansão rápida para ganhar participação de mercado, a Amazon adota uma abordagem mais cautelosa e não subsidia frete e custos para atrair clientes. A empresa não deseja estar associada a estratégias de entrada e saída de países, como fazem algumas empresas asiáticas.
Em relação ao “Prime Day”, a Amazon informou que 25 países, incluindo o Brasil, terão ofertas simultâneas, sendo este o quarto ano consecutivo em que o país participa do evento.
A empresa está empenhada em expandir sua base de assinantes do Amazon Prime, mas enfrenta um limite de domicílios no país. Para estimular os usuários, durante o evento deste ano, a Amazon oferecerá até três meses de assinatura grátis e um cupom de desconto de R$100 na compra de itens vendidos no site, com um valor mínimo de R$ 200. Essa ação é uma parceria coordenada com a Visa. A empresa não detalha se está subsidiando parte dessa compra.
Além disso, a Amazon informou que haverá ações específicas envolvendo o Amazon Music e o Prime Video durante o “Prime Day”, como parte de sua estratégia de negócios abrangente. No entanto, a empresa não divulgou projeções de crescimento em vendas ou faturamento esperado.
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