Economia
Relatório vê crescimento da Shein em desaceleração no país
De acordo com análise do Santander, possível tributação da gigante chinesa deve beneficiar varejistas de vestuário nacionais
Analistas do Santander acreditam que os dados recentes sobre importações de pequeno valor e a implementação de tributação no comércio eletrônico transfronteiriço indicam uma possível desaceleração do crescimento da Shein no Brasil. Segundo um relatório assinado por Ruben Couto e sua equipe, essa tendência seria positiva para empresas locais, especialmente varejistas de vestuário como Renner, C&A e Guararapes, que têm enfrentado maior concorrência das empresas estrangeiras.
De acordo com informações divulgadas pelo Banco Central, as importações de pequeno valor totalizaram US$ 701 milhões em abril, registrando uma queda de 20% em relação ao ano anterior. Essa foi a primeira redução desde maio de 2020.
O Santander sugere que, além do cenário de alta inflação e juros, a queda nas importações de pequeno valor em abril pode ter sido influenciada pelas preocupações crescentes dos consumidores em relação à possível tributação dos produtos, uma vez que o governo brasileiro está sendo mais transparente sobre mudanças nas compras transfronteiriças.
Os analistas também mencionam que o Ministério da Economia e a Receita Federal planejam propor alterações no sistema brasileiro de compras transfronteiriças, visando principalmente o pagamento dos impostos de importação no momento da compra.
Conforme noticiado pelo Valor Econômico, à medida que as discussões sobre a tributação do comércio eletrônico internacional se tornam mais concretas e os preços desses produtos aumentam, empresas como Shein, Shopee e AliExpress podem enfrentar obstáculos, beneficiando assim as empresas locais, como destacam os analistas do Santander.
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