Washington Olivetto, um dos publicitários mais icônicos do país, morre aos 73 anos

O publicitário e escritor Washington Olivetto faleceu no último domingo (13), aos 73 anos, no Rio de Janeiro, após uma longa internação para tratar uma infecção pulmonar. Olivetto estava internado há quatro meses no Hospital Copa Star e morreu por volta das 17h15 devido a complicações de pneumonia e choque séptico, que levaram à falência múltipla dos órgãos. A informação foi confirmada pelo hospital, que lamentou a perda e se solidarizou com a família e amigos, sem divulgar mais detalhes a pedido dos familiares.

Considerado um dos publicitários mais influentes do mundo, Olivetto acumulou ao longo de sua carreira prêmios de prestígio internacional. Entre suas conquistas, estão mais de 50 Leões no Festival de Publicidade de Cannes, apenas na categoria filmes, além do Clio Awards, que o consagrou como o único latino-americano a receber o prêmio, em 2001. A revista britânica Media Internacional o classificou como um dos 25 publicitários mais importantes do mundo, e ele foi eleito duas vezes o publicitário do século pela Associação Latino-Americana de Publicidade (ALAP).

Relembre algumas das campanhas mais impactantes de Washington Olivetto

Entre suas criações mais memoráveis estão comerciais que marcaram gerações e entraram para a história da publicidade global. O filme “Primeiro Sutiã”, criado para a Valisère em 1987, é um exemplo de sua genialidade ao capturar a transição feminina para a adolescência, sendo considerado um marco na propaganda brasileira.

Outro exemplo é o comercial “Hitler”, produzido para a Folha de S. Paulo em 1989, que utilizou um impactante jogo de palavras e imagens para discutir a qualidade da informação propagada nos veículos de imprensa.

Outro ícone da publicidade brasileira que leva sua assinatura é o “Garoto Bombril”, estrelado por Carlos Moreno, que se tornou a campanha publicitária de maior duração com o mesmo ator, entrando para o Guinness Book of Records em 1994.

Washington Olivetto nasceu em São Paulo, em setembro de 1951, em uma família de descendência italiana. Criado pela mãe, dona de casa, e pelo pai, vendedor de tintas, Olivetto iniciou sua trajetória no mundo da publicidade aos 17 anos, quando ingressou no curso de publicidade da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap). Ainda no primeiro ano de sua carreira como redator, conquistou o Leão de Bronze no Festival de Cannes, prenunciando o sucesso que viria a seguir.

Ao longo de sua carreira, além de publicitário, Olivetto se descobriu escritor, lançando oito livros sobre suas experiências e criações. Sua relevância cultural no Brasil chegou a ser homenageada em canções, como na música “Alô, Alô W/Brasil” de Jorge Ben Jor.

Em 2017, o publicitário mudou-se para Londres, onde viveu até seus últimos anos, mas mantinha presença frequente no Brasil, participando de palestras e eventos. Sua fama internacional teve um lado sombrio: em 2001, Olivetto foi vítima de um sequestro planejado por um grupo de criminosos estrangeiros e permaneceu 53 dias em cativeiro antes de ser libertado.

Washington Olivetto deixa a esposa e três filhos, Homero, Antônia e Theo. O corpo será transportado para São Paulo, onde será velado em uma cerimônia restrita a familiares e amigos nesta segunda-feira (14), com local e horário ainda não divulgados.

Imagem: Reprodução/Grupo Amanhã
Vídeos: W/Cast e Tiago Moraes