Comportamento
Interesse pela Black Friday cai 52.5% entre os brasileiros em 2024
Em um ano em que o consumo consciente e o foco em experiências estão redefinindo as prioridades dos brasileiros, a Black Friday 2024 surge como uma data menos celebrada — pelo menos, nas buscas feitas na internet. Um levantamento da Semrush aponta que o interesse pela data caiu 52,5% em relação ao ano anterior, com as buscas despencando de 8 milhões em outubro de 2023 para 3,8 milhões no mesmo mês deste ano. No cenário global, a queda foi mais sutil, com um declínio de apenas 2,3% em relação ao ano anterior.
Erich Casagrande, líder de marketing da Semrush BR, destaca que “o declínio nas buscas reflete um consumidor que não se deixa levar pelo impulso, mas que avalia mais criticamente o valor das ofertas. As pessoas estão mais conscientes, buscando tanto o menor preço quanto o que realmente atende às suas necessidades e expectativas”, comenta. Segundo Casagrande, esse novo perfil representa um usuário mais seletivo e atento à veracidade das promoções da Black Friday, exigindo das marcas transparência e propostas que realmente façam sentido no contexto atual de suas vidas e prioridades.
Além disso, a Semrush analisou os sites de varejo mais acessados pela população brasileira em setembro de 2024. Os três mais buscados foram Mercado Livre, Amazon e Shopee, respectivamente.
Casagrande observa que o ranking reflete um mercado dominado por grandes players internacionais. “O consumidor brasileiro tem abraçado uma diversidade de opções globais, como Amazon, Shopee e AliExpress, que ocupam posições de destaque junto com plataformas nacionais. Isso demonstra a busca por variedade e competitividade em preços, algo que esses gigantes conseguem oferecer,” comenta.
O especialista destaca ainda que, para os varejistas nacionais, a presença dessas empresas no topo do ranking representa um desafio, mas também uma oportunidade. “A competição com marcas internacionais demanda estratégias digitais fortes, especialmente em SEO e personalização da experiência de compra, para se manterem relevantes e atraírem o consumidor brasileiro, que está cada vez mais seletivo e atento a onde encontra o melhor valor”, afirma.