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Marcas de beleza incorporam IA em suas operações

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Gigantes do setor de beleza e cosméticos estão avançando com planos de inteligência artificial (IA) em 2025, mesmo diante de um cenário desafiador, marcado por mudanças nos padrões de consumo e políticas comerciais globais em evolução.

Três dos maiores nomes da indústria (The Estée Lauder Companies (ELC), Coty e Ulta Beauty) estão explorando como a IA pode reduzir custos, personalizar comunicações e otimizar previsões em meio à volatilidade do mercado.

“Como estamos preparados, como você está perguntando, para lidar com as necessidades atuais do negócio?” disse Roberto Canevari, vice-presidente executivo e diretor da cadeia de valor da ELC, em resposta à pergunta de um analista durante uma conferência na terça-feira. “Há muito pela frente. A IA está trazendo muitas oportunidades, mas pessoalmente sinto que estamos em uma posição muito sólida.”

A marca de beleza, que engloba Clinique, MAC e Too Faced, está usando IA para adaptar a comunicação a regiões específicas, como Índia e França. A tecnologia agilizará esse processo, afirmou Canevari.

A IA também está ajudando a empresa a decidir quais produtos devem ser enviados para quais mercados.

“A versão de IA com a qual estamos trabalhando observa o que está acontecendo ao redor do mundo e onde é melhor atuar,” disse Canevari. “Quanto mais a utilizamos, mais precisa ela se torna.”

A ELC está intensificando o uso da IA sob nova liderança. Em abril, a empresa nomeou Brian Franz como diretor de tecnologia, dados e análise, consolidando todas as funções relacionadas à tecnologia sob um único líder pela primeira vez, buscando maior alinhamento estratégico.

“Reunindo essas áreas críticas sob um único líder, estamos simplificando nossa estrutura, eliminando silos operacionais e criando um alinhamento mais forte entre nossas estratégias de dados e tecnologia,” declarou o CEO Stéphane de La Faverie ao anunciar sua primeira nomeação externa para a equipe de liderança executiva desde que assumiu o cargo em outubro.

A gestão anterior já havia ampliado os esforços em IA nos últimos anos, com o objetivo de posicionar a tecnologia na linha de frente do setor. Em novembro, os funcionários já tinham acesso a mais de 240 GPTs personalizados capazes de analisar dados ou sintetizar informações de fornecedores, como parte de uma parceria com a OpenAI. Mais recentemente, a ELC criou um agente com a Microsoft para ajudar os funcionários a desenvolver e comercializar produtos com base em análises de arquivos e dados internos.

O avanço na IA faz parte da iniciativa estratégica mais ampla da ELC, chamada Beauty Reimagined, que prioriza ações para restaurar o crescimento das vendas e promover mais agilidade.

Em maio, a empresa reportou queda de 10% nas vendas líquidas, totalizando US$ 3,6 bilhões no terceiro trimestre fiscal de 2025.

A McKinsey recomendou que marcas de beleza priorizem casos de uso de IA com alto valor agregado e ferramentas personalizáveis para acelerar os resultados, segundo relatório de janeiro. Casos de uso promissores nos bastidores incluem automação de preparação de propostas de vendas, treinamentos, buscas internas, planejamento de demanda e transcrição de chamadas.

As marcas de beleza estão adotando a IA com várias aplicações em mente. A L’Oréal, uma das maiores do setor, está colaborando com a IBM para desenvolver um modelo de IA que ajude a criar fórmulas de produtos mais sustentáveis, conforme anunciado em janeiro.

Economizando com IA

Assim como a ELC, a Ulta está passando por uma reestruturação enquanto expande seus projetos de IA. O plano da empresa, chamado Ulta Beauty Unleashed, visa impulsionar o crescimento do negócio principal, expandir segmentos com maior margem e realinhar suas bases para o futuro.

“Nossas equipes estão se adaptando bem às novas formas de trabalho, e estamos avançando constantemente nos nossos esforços de otimização,” disse a CEO e presidente Kecia Steelman, na divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2025. “Durante o trimestre, utilizamos novas capacidades de IA e aprendizado de máquina para impulsionar a eficiência da cadeia de suprimentos e lançamos ferramentas de agendamento e gestão de folha de pagamento para otimizar nossos esforços e apoiar metas de economia de custos.”

Steelman assumiu o cargo logo após o início do ano e apresentou o plano Unleashed em março. Em janeiro, ela alterou o cargo do então diretor de tecnologia e informação Mike Maresca para diretor de tecnologia e transformação, alinhando os esforços de transformação com as iniciativas de otimização de custos.

“Tenho muita confiança de que, sob a liderança dele… ele está reunindo tudo de uma forma que realmente nos permite entender nosso CapEx e OpEx, garantindo retorno sobre os investimentos,” disse Steelman em uma conferência com investidores em abril.

A Ulta, que possui cerca de 1.450 lojas nos EUA, intensificou o uso de IA após três anos de investimentos em sistemas fundamentais. Uma reformulação no ERP gerou desafios operacionais no ano passado, exigindo adaptações nos processos. A empresa também substituiu sua plataforma legada de lojas e sistema de ponto de venda, além de avançar em gestão de dados.

“Não tínhamos uma boa governança sobre todos os nossos dados, o que é essencial para aproveitar a IA — e a IA generativa — no futuro,” afirmou Steelman em abril.

A Ulta registrou um aumento de 4,5% nas vendas líquidas, totalizando US$ 2,8 bilhões no primeiro trimestre de 2025, embora tenha adotado uma postura cautelosa para o restante do ano, segundo o site Retail Dive.

A gigante Coty também iniciou uma nova fase em seu processo de transformação, iniciado no ano fiscal de 2020, durante o auge da pandemia de COVID-19, com o objetivo de aumentar margens e reduzir custos.

Um dos pilares anunciados em abril como parte dessa nova fase é a racionalização das funções de apoio. A empresa pretende gerar cerca de US$ 130 milhões em economias fixas, somando aproximadamente US$ 1,2 bilhão em economias acumuladas desde 2021. A IA é uma das ferramentas para atingir essa meta.

“Com esse conhecimento, essa tecnologia e o uso de IA em um hub centralizado, basicamente temos uma torre de controle clara para o planejamento, o que trará economias significativas de custo,” disse a CEO Sue Nabi em novembro.

O trabalho para consolidar o planejamento em um único centro e viabilizar o uso de IA continua, segundo executivos da Coty durante a divulgação dos resultados do terceiro trimestre fiscal de 2025, em maio.

A Coty, que inclui marcas como CoverGirl, Kylie Cosmetics e Sally Hansen, atribuiu a queda nas vendas à incerteza do mercado e à volatilidade cambial.


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Imagem: Reprodução
Informações: Lindsey Wilkinson para Retail Dive
Tradução livre: Central do Varejo

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