Inovação
Empresas de alimentos e bebidas esperam aumento de produtividade com uso de tecnologia

A Infor, empresa global de software de gestão empresarial em nuvem, divulgou os resultados da pesquisa “How Possible Happens”, que investigou como organizações de alta performance utilizam tecnologia e inovação para gerar valor. O estudo entrevistou 3.600 executivos em 15 países e sete setores, incluindo o de alimentos e bebidas (A&B).
Segundo a pesquisa, 73,2% das organizações brasileiras do segmento de alimentos e bebidas esperam um aumento de produtividade superior a 20% nos próximos três a cinco anos. A taxa está acima da média global para a indústria, que é de 72,6%.
O setor enfrenta desafios como escassez de mão de obra qualificada, apontada por 89% dos empresários, segundo dados da Abrasel. Outros fatores incluem o fim do bônus demográfico, inflação elevada — que atinge 7,60% em 2024, com picos acima de 10% em capitais como São Paulo — e eventos climáticos como enchentes no Sul do país e ondas de calor, que afetaram culturas como batata inglesa (alta de 20,61%) e café (inflação acumulada de quase 33%).
A adoção de tecnologia é vista como resposta a esses desafios. De acordo com a Infor, 80,5% das empresas de A&B no Brasil planejam aumentar os investimentos em tecnologia em 20% ou mais nos próximos anos. A média global é de 76,6%.
A pesquisa também mostrou que 75,6% das empresas brasileiras do setor acreditam que o sucesso futuro depende da adoção de novas tecnologias, número superior ao dos Estados Unidos, que é de 74,5%. Entre as ferramentas mencionadas estão inteligência artificial, aprendizado de máquina e automação.
“O segmento de alimentos e bebidas tem se destacado como um ecossistema importante para o avanço da digitalização na economia brasileira e esse movimento ganha força diante da necessidade de superação de desafios importantes do setor, como a escassez de mão de obra e a busca por mais eficiência na cadeia produtiva”, afirmou James Barroso, diretor de Estratégia e Inteligência Artificial da Infor.
O estudo identificou quatro atividades centrais para empresas de alta performance: Processos e Sistemas, Agilidade e Preparação para o Futuro, Cultura de Dados e Foco no Cliente. No Brasil, houve destaque para o uso de tecnologias avançadas na previsão de eventos e tomada de ações preventivas, além da automação de decisões em processos críticos.
Em relação à cultura de dados, as empresas relataram que suas equipes estão capacitadas a tomar decisões com base em dados e usá-los para antecipar demandas. No entanto, a pesquisa apontou que apenas 18% das empresas brasileiras do setor A&B utilizam feedbacks e insights de clientes na inovação de produtos. Na América Latina, esse índice é de 32,4%. Apenas 2% utilizam dados para prever necessidades estratégicas, frente a uma média global de 26,7%.
“Esse avanço na visão dos empresários é fundamental. Com a integração de automação, agilidade e dados, as empresas passam a contar com uma base sólida para se adaptarem a um cenário de negócios em constante mudança. Sem investimentos consistentes e uma cultura orientada por dados, será difícil alcançar o potencial da inovação”, concluiu Barroso.
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