Franchising
Maioria das cidades em que mais foram abertas franquias não são capitais
Força do interior, agronegócio e turismo contribuem para expansão das franquias fora do eixo Rio-SP, aponta Ranking ABF das 30 Maiores Cidades
De acordo com Ranking da ABF Franchising divulgado durante Convenção de Comandatuba (BA), a força de cidades de regiões fora do eixo Rio-São Paulo, como no caso do interior paulista e de outros estados, e a retomada do turismo, o setor de franquias segue em expansão por todo o País. É o que indica o mais recente Ranking da ABF franchising das 30 Maiores Cidades que mais cresceram por operações feito pela ABF – Associação Brasileira de Franchising (veja a lista completa abaixo). Dessas 30 cidades, quase 50% (14 delas) não são capitais (em 2022 eram 12).
Segundo o levantamento, entre os Top 10 municípios que registraram o maior crescimento em número de unidades no primeiro semestre deste ano frente a igual período de 2022, Londrina, interior do Paraná, lidera o ranking da ABF franchising. A cidade do norte do Estado saltou 25 posições em relação ao ranking da ABF do ano passado e apresentou a maior variação entre as listadas (15,7%), passando de 971 para 1.124 operações.
Segundo maior município paranaense em população – e o quarto da Região Sul -, Londrina possui mais de 500 mil habitantes (Censo – IBGE, 2022), é sede de uma região metropolitana com 25 municípios e mais de 1,1 milhão de pessoas, se destaca economicamente pelo agronegócio e setor industrial, além de ser o centro financeiro do norte paranaense. O Estado, por sua vez, também se destacou em sexto lugar entre os Top 10 com maior faturamento no franchising e um dos seis com forte presença no agronegócio, no primeiro semestre deste ano comparado ao ano passado. No estudo da ABF, o Paraná teve uma variação positiva de 18%, com uma receita que subiu de R$ 6,2 bilhões para R$ 7,3 bilhões.
A também interiorana Sorocaba (SP) saltou do 27º para o 2º lugar no ranking, com variação positiva de 10,9%, passando de 990 para 1.098 unidades e corroborando com a força do interior de São Paulo no setor de franquias. A região, de forma geral, teve forte ritmo como um todo. Considerando todo o interior paulista (não apenas as 30 maiores), o crescimento foi de 24%.
Belém (PA) alcançou o 3º lugar, saindo da 13ª posição no período pesquisado, com um crescimento no número de operações de 9,6%, que subiu de 1.339 para 1.467. A atividade turística que caracteriza a capital paraense, associada à retomada de serviços, são os fatores que explicam tal expansão das franquias na região.
A capital federal Brasília (DF) na quarta colocação, apresentou variação positiva do número de unidades de 9,5%, passando de 4.224 para 4.625 operações. A seguir, a capital paranaense Curitiba (PR), em 5º lugar, teve variação de 9%, de 3.913 para 4.263 unidades. Serviços, alimentação, ocupação de pontos ociosos e a maior força do turismo, corporativo ou não, alavancaram ambas as cidades. As também capitais Cuiabá (MT), na sétima (com a força do agronegócio), e Fortaleza (CE), com suporte do turismo e alimentação, na oitava posição, também se destacaram entre as Top 10 em crescimento do número de operações.
Entre as 10 maiores cidades, destacam-se ainda Campinas, em 6º lugar, Ribeirão Preto, em 9º, e Santo André, em 10º. Os dois primeiros municípios do interior paulista – reconhecidos como polos de desenvolvimento – e o terceiro, da Grande SP, são os únicos não capitais neste seleto grupo, reafirmando a força expansionista do franchising em cidades de perfis variados. No rol das não capitais, Niterói, segunda cidade mais populosa do estado do Rio de Janeiro subiu do 17º para o 11º lugar. Já compondo o grupo das capitais, João Pessoa (PB) saltou da 30ª para a 12ª colocação, Maceió (AL), da 29ª para a 13ª, e São Luís (MA) também avançou, do 25º para o 17º lugar. Destacou-se, ainda, Uberlândia (MG), que subiu uma posição, da 23ª para a 22ª.
O estudo da ABF apontou que em relação ao total de municípios, as não capitais apresentam crescimento de 9%, enquanto as capitais crescem 5%. Na visão de Tom Moreira Leite, presidente da ABF “mesmo após a forte expansão de 2022, os dados ratificam a força expansionista do setor de franquias de forma mais ampla por todo o Brasil, de forma descentralizada e associada particularmente à economia do agronegócio, do turismo e acredito também que em razão da atratividade das marcas e de sua capacidade de atender os desejos e as demandas dos consumidores, onde quer que eles estejam”.
De forma inédita, na pesquisa deste ano, a Associação fez um recorte da expansão das operações nas 30 Maiores Cidades tendo como critério o Formato (home based, quiosque, etc.), Segmento (alimentação, educação, etc.) e Modalidade (microfranquia pura, mista e modelo tradicional)*.
Este estudo revelou que grande parte da expansão nas 30 Cidades foi alavancada por Unidades Móveis (que tiveram um crescimento de 15% na amostra em relação a 2022), enquanto o volume de lojas físicas cresceu 8%, quiosques 7% e home based 3%. No parâmetro Segmento, a maior variação foi de Entretenimento e Lazer (32%), seguido de Casa e Construção (14%), Alimentação e Saúde, Beleza e Bem-Estar (13%). Já no quesito Modalidade, as microfranquias tiveram um crescimento maior, sejam mistas (os dois modelos), aumento de 7%, ou pura (exclusivamente microfranquia), com aumento de 4%.
“Aprofundar a capilaridade, seja no interior ou em outras regiões das capitais, demanda adaptações no negócio, seja uma revisão de mix de produtos ou mudanças nas operações das unidades. Neste sentido, quando analisamos a amostra das 30 maiores cidades, notamos que modelos microfranquias e móveis tiveram um crescimento mais intenso, auxiliando assim as redes em seus planos de expansão. Noto também que o presente grupo capturou um momento de recuperação da área de lazer e entretenimento, muito favorecido por hábitos presenciais mais consolidados”, explica Tom Moreira Leite.
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