Comportamento

Consciência Negra: pessoas negras ganham 40% menos que não negros

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cinco pessoas negras se abraçando em roda e olhando para baixo no escritório

O Dia Nacional da Consciência Negra foi celebrado no último 20 de novembro, quarta-feira, e traz muitas reflexões sobre a herança da escravidão africana no Brasil. Na data, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), do IBGE, divulgou um estudo que revela que os negros (pretos e pardos) ainda ganham 40% menos que os não negros. No total da vida, negros recebem em média R$ 899 mil a menos que não negros.

Ainda, negros com Ensino Superior ganham até 32% menos que profissionais com o mesmo nível de formação. No caso deles, o prejuízo financeiro pode ser ainda maior, chegando a R$ 1,1 milhão ao longo de toda a vida.

De acordo com o relatório, essa situação “É um resquício da escravidão que, mesmo reconhecido, se mantém na sociedade. O mercado de trabalho talvez seja um dos meios onde a discriminação racial e a desigualdade sejam mais evidentes.” Nesta quinta-feira, a União pediu desculpas publicamente pela escravização de pessoas negras.

Dados divulgados no seminário Empoderamento Econômico da População Afrodescendente revelam que o Brasil também se beneficiaria do fim da desigualdade racial. Caso as pessoas negras tivessem as mesmas oportunidades que pessoas brancas, a economia do País seria 30% maior.

De acordo com o Painel Cor ou Raça no Brasil, lançado pelo IBGE alguns dias antes do dia da Consciência Negra, os pretos e pardos representam 29,83% dos mais pobres, enquanto brancos são apenas 12,12% deles. A taxa de desocupação, desde o início da série histórica (em 2012) até os dias atuais, é significativamente maior entre pretos que entre brancos, sendo parecida entre pretos e pardos em alguns momentos.

Nos cargos gerenciais, em 69% estão pessoas brancas, e apenas 29,5% são ocupados por pessoas negras. Apenas um em cada 48 homens negros estão em cargos de chefia ou de comando. 

Quando olhamos para a população abaixo da linha de pobreza, os pardos são os mais vulneráveis; entre os que possuem menos de 5,50 dólares por dia, 38,4% são pardos, 34,5% são pretos, e 18,6% são brancos no Brasil. Já entre os que possuem menos de 1,90 dólar por dia, 11,4% são pardos, 9% são pretos, e 5% são brancos.

Para as mulheres negras, a situação é ainda mais precária. Uma em cada seis mulheres negras é empregada doméstica. Entre elas, a taxa de desocupação é de 10,1%, enquanto de mulheres não negras é de 6,7%, de homens negros de 6,3%, e de homens não negros de 4,6%. “Cerca de um quarto (24,6%) das mulheres negras aptas a compor a força de trabalho disseram que: (1) estavam desocupadas ou (2) não tinham procurado trabalho por falta de perspectiva ou (3) estavam ocupadas, mas com carga de trabalho inferior à que gostariam de ter.”

Imagem: Freepik

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