Inovação
Pequenos mercados autônomos em condomínio ganham força no Brasil
Estima-se que existam cerca de 10 mil mercadinhos autônomos no Brasil, movimentando entre R$1,5 bilhão e R$2 bilhões por ano
Durante a fase mais difícil da pandemia do novo coronavírus, os mercadinhos autônomos, localizados em condomínios, ganharam impulso como uma alternativa segura para compras, já que sair de casa representava um risco à saúde. Esses estabelecimentos se tornaram uma salvação para muitos consumidores, oferecendo conveniência ao disponibilizar produtos essenciais, como arroz e feijão, no próprio andar térreo dos prédios.
Com o retorno gradual da circulação de pessoas, havia uma expectativa sobre se esse novo modelo de loja manteria seu apelo diante da ansiedade dos brasileiros de voltarem às ruas. No entanto, a resposta veio afirmativa. Em conversa com o Diário do Comércio, Tom Ricetti, fundador da Onii, aponta que o Brasil é um dos países com mais soluções de venda autônoma no mundo, com a empresa possuindo 720 pontos no país. A Onii foi criada em 2019 e possui lojas em diversos locais, como condomínios, faculdades, hotéis, hospitais e coworkings. Além disso, a empresa está se preparando para expandir para Portugal, Espanha e Emirados Árabes.
A Onii utiliza tecnologia em seu modelo de negócio, que inclui um aplicativo para acesso às lojas, meios de pagamento, emissão de notas fiscais, controle de estoque e inteligência para identificar as demandas dos consumidores. Outra empresa nesse segmento é a Minha Quitandinha, que também funciona como uma “software house” ao desenvolver toda a tecnologia necessária para a operação automatizada das lojas e gestão das franquias. A Minha Quitandinha está presente em 20 estados brasileiros, com 180 pontos franqueados, e pretende chegar a 300 até o final do ano.
Apesar de muitos franqueados da Minha Quitandinha não serem do ramo de varejo, como dentistas, advogados e ex-trabalhadores com carteira assinada, o negócio tem se mostrado sustentável e adaptável às comunidades locais, oferecendo produtos personalizados e preços acessíveis.
Estima-se que existam cerca de 10 mil mercadinhos autônomos no Brasil, movimentando entre R$1,5 bilhão e R$2 bilhões por ano, e espera-se que esse valor dobre até o final de 2023. Os principais players do mercado estão se unindo para criar uma associação de venda autônoma, que já conta com cerca de 30 operadores. Há ainda um grande potencial de crescimento, uma vez que pesquisas indicam que pelo menos 400 mil condomínios no país estão prontos para receber um mercado autônomo.
Imagem: Freepik