Economia
Em desaceleração, inflação fecha em 0,56% em março
De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, a inflação oficial de março de 2025 fechou em 0,56%, desacelerando em relação a fevereiro (1,31%). Com esse resultado, o acumulado de 12 meses chega a 5,48%, acima da meta do governo de 3%, com tolerância de 1,5% para mais ou menos, e é a maior inflação para o mês desde fevereiro de 2023, quando foi de 5,60%. No acumulado do ano, o IPCA já chega a 2,04%.
Entre os nove grupos pesquisados, todos tiveram aumento entre fevereiro e março, com destaque para Alimentação e bebidas (1,17%), responsável pelo maior impacto no índice (0,25 p.p. e cerca de 45%). Neste grupo, a alimentação no domicílio inflou 1,31%, com tomate (22,55%), do ovo de galinha (13,13%) e do café moído (8,14%) representando as maiores altas. Do outro lado, óleo de soja (1,99%), arroz (1,81%) e carnes (1,60%) tiveram um alívio nos preços.
“Para o tomate, com o calor dos meses de verão, houve uma aceleração na maturação, levando a antecipação da colheita em algumas praças. Sem essas áreas de colheita em março, houve uma redução na oferta, trazendo pressão de alta sobre os preços. Para os ovos, houve aumento por conta do custo do milho, base da ração das aves, além de estarmos no período de quaresma, com maior demanda por essa proteína”, explica Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa. Quanto ao café, “impulsionada pelo aumento do preço no mercado internacional dada a redução de oferta do grão em escala mundial, com a quebra de safra no Vietnã devido a adversidades climáticas, as quais também prejudicaram a produção interna”, finaliza ele.
Outros grupos que se destacaram com altas foram Despesas pessoais (0,70%), com cinema, teatro e concertos (7,76%) em alta, e Vestuário (0,59%), que teve aumento nos calçados e acessórios (0,65%), na roupa feminina (0,55%), na roupa masculina (0,55%) e na roupa infantil (0,29%).
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias que ganham até cinco salários mínimos, ficou em 0,51% em março, também em desaceleração em relação a fevereiro (1,48%). Esse é o índice utilizado para corrigir o salário-mínimo, seguro-desemprego e benefícios do INSS.
No INPC de março, o grupo Alimentação e bebidas também acelerou, com 1,08% frente a 0,75% em fevereiro. No acumulado de 12 meses, o índice chega a 5,20%, e, no ano, 2%. A maior variação ocorreu em Curitiba (0,79%) e a menor em Brasília (-0,33%).