Economia

Consumo em supermercados e restaurantes cresce no início de 2025

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Carrinho de supermercado visto de lado, cheio de produtos como abacaxi, saco de pão, frutas. Ao fundo, prateleiras de supermercados desfocadas

Pesquisa realizada pela Alelo, em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), indica crescimento no consumo em supermercados e restaurantes no primeiro quadrimestre de 2025, mesmo diante de aumentos nos preços. Os dados fazem parte do levantamento Índices de Consumo em Supermercados e Restaurantes.

Entre janeiro e abril, os supermercados apresentaram elevação nas três variáveis analisadas: número de transações (+8%), valor transacionado (+17,3%) e tíquete médio (+8,6%) em comparação com o mesmo período de 2024. No caso dos restaurantes, a quantidade de transações praticamente se manteve estável (+0,4%), mas o valor transacionado cresceu 15,9% e o tíquete médio, 15,4%.

De acordo com a gerente de ciência de dados e inteligência artificial da Alelo, Maiara Souza, os dois setores se mostraram “incrivelmente resilientes no passado recente”. Ela observa, no entanto, que o cenário macroeconômico pode afetar os resultados futuros. “O aumento dos juros e sua possível manutenção em patamares elevados por muito tempo é um remédio amargo para conter pressões inflacionárias”, afirmou. Segundo ela, a expectativa é de acomodação nos indicadores, sem descartar a possibilidade de queda no desempenho do consumo.

A taxa básica de juros, atualmente em 14,75% ao ano, é vista como um fator de pressão sobre o consumo das famílias. O economista-chefe da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Felipe Queiroz, destacou que “o crescimento de 3,4% do PIB no ano passado ficou acima da expectativa dos agentes econômicos, e puxou consigo os bons resultados da cadeia supermercadista”. No entanto, afirmou que os efeitos dos juros em dois dígitos “irão pesar ainda mais na disponibilidade de consumo das famílias brasileiras”.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) do IBGE, divulgada em março, apontou um recorde histórico de 39,6 milhões de trabalhadores com carteira assinada. Para o diretor da Abrasel-SP, Joaquim Saraiva, esse dado está relacionado ao aumento do consumo fora do lar. “Temos mais pessoas consumindo fora do lar porque estão saindo de casa. Esse aumento significativo de empregos influencia muito”, afirmou.

As projeções setoriais apontam para crescimento mais moderado ao longo do ano. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), a expectativa é de crescimento de 2,7% em 2025, após alta de 6,5% no ano anterior. Já a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) estima avanço entre 3% e 5%, frente aos 10% registrados em 2024.

Maiara Souza, da Alelo, destacou ainda o papel de políticas públicas e benefícios corporativos no comportamento de consumo. Segundo ela, o Panorama Benefícios Brasil, apurado pela Alelo e Fipe, mostra que, em março de 2025, o valor médio do benefício alimentação representou acréscimo de 13,8% na renda mensal de trabalhadores formais do setor privado. O benefício refeição correspondeu a um incremento de 16,9%. Somados, os dois benefícios aumentaram em 30,6% o rendimento dos trabalhadores com carteira assinada.

Com informações de Agência DC News
Imagem: Envato

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