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Inteligência Artificial e Aumento da Performance – O que dizem os estudos

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Inteligência Artificial e Performance

A crescente integração da Inteligência Artificial (IA) no mercado de trabalho tem sido saudada com a expectativa de aumento da produtividade. Contudo, a carência de dados concretos dificultava a comprovação desse impacto. Estudos realizados em 2023, porém, lançam luz sobre o tema, demonstrando que a IA não só torna os colaboradores mais produtivos, mas também eleva a qualidade do trabalho executado.

Pesquisa da McKinsey realizada em 2022 com 800 empresas em 11 países, revela que a IA tem o potencial de aumentar a produtividade global em até 15% até 2030. Um outro estudo, da Forreter (2023) com 500 tomadores de decisão em empresas dos EUA e Europa, indica que a IA já está impulsionando um aumento de 22% na produtividade dos trabalhadores.

Mas como isso é viável?

Uma das principais contribuições trazidas pela aa doção da IA é a agilidade na conclusão de tarefas. Uma meta-análise conduzida pela Microsoft comparou o desempenho de profissionais utilizando ferramentas de produtividade baseadas em LLM (Large Language Models), como o Microsoft Copilot e o GitHub Copilot, com aqueles que trabalhavam sem auxílio da IA. O resultado foi animador: usuários de tais ferramentas finalizaram suas atividades entre 26% e 73% mais rápido.

Pesquisa da Harvard Business School corrobora essa tendência. Consultores que utilizaram o GPT-4, outro LLM de destaque, demonstraram aumento de 12,2% na produtividade, 25,1% na velocidade e 40% na qualidade do trabalho, em comparação a um grupo de controle sem acesso à IA. No setor de atendimento telefônico, um estudo do National Bureau of Economic Research constatou que agentes equipados com IA lidaram com 14,2% mais chamadas por hora do que aqueles que operavam sem esse auxílio.

Além disso, a IA tem o potencial de reduzir o hiato de competências entre profissionais qualificados e iniciantes. Um estudo conduzido junto a advogados, comprovou que participantes iniciantes (metade inferior) apresentaram uma melhoria de 43% em seu desempenho, enquanto profissionais mais experientes (metade superior) tiveram um aumento de 16,5%. Embora a disparidade persista, ela se torna consideravelmente menor quando a IA entra em cena.

Entretanto, atenções precisam ser tidas. Apesar da IA se apresentar como um turbo para a produtividade e qualidade do trabalho, depositar fé cega em suas capacidades pode gerar efeitos colaterais indesejáveis. A principal armadilha reside na diminuição do senso crítico e da criatividade. Ao delegar tarefas complexas à IA sem o devido exame, corre-se o risco de atrofiar habilidades essenciais como a análise crítica, a resolução de problemas e a geração de ideias inovadoras. A mente humana, quando subutilizada, perde a agilidade e a capacidade de adaptação a novas situações, tornando-se dependente da inteligência artificial.

Outro ponto de atenção reside na possibilidade de vieses e erros. A IA, por mais sofisticada que seja, é treinada com base em dados e algoritmos criados por humanos. Isso significa que ela pode perpetuar vieses e preconceitos presentes na sociedade, levando a decisões discriminatórias ou injustas. Há diversos exemplos na área do marketing de campanhas que receberam críticas severas em razão da esteriotipação do padrão de beleza e racismo gerado pela replicação de dados comportamentais existente na nuvem, ao se gerar imagens fictícias.

Em suma, a Inteligência Artificial surge como uma aliada poderosa na jornada de trabalho, otimizando processos, elevando a qualidade do trabalho executado e estreitando a lacuna de competências. Contudo, para colher todos os frutos dessa tecnologia, é fundamental utilizá-la de forma estratégica, evitando a dependência excessiva e priorizando a análise crítica de seus resultados.

Fonte: Artificial Intelligence Index Report 2024 – Stanford University
Imagem: Envato


(*)Patricia Cotti, Diretora Adjunta de Estudos de Varejo IBEVAR; Diretora de Modelagem de Negócios da DrivenCX; Embaixadora do Mulheres no Ecommerce; Palestrante e Professora da FIA, ESPM, USP e ESECOM

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