Economia
Monitor do PIB: economia brasileira cresce 0,5% em maio
Especialista aponta crescimento influenciado por aquecimento do consumo interno
Na passagem de abril para maio, a economia brasileira registrou um crescimento de 0,3%, influenciado pelo consumo interno. Na comparação com maio de 2023, houve uma expansão de 1,3%, e nos últimos 12 meses, a alta acumulada foi de 2,4%. Os dados são do Monitor do PIB, divulgado na última terça-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV).
O Monitor do PIB é uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), que engloba todos os bens e serviços produzidos no país em um determinado período. A coordenadora da pesquisa, Juliana Trece, ressaltou que o consumo das famílias foi um dos principais motores da atividade econômica em maio.
“O crescimento da economia em maio, na comparação com abril, teve forte influência do desempenho do consumo das famílias, que registrou a maior alta do ano neste mês. Os investimentos também cresceram nesse período, revelando uma demanda interna aquecida”, disse Juliana Trece.
Apesar do aquecimento da demanda interna, a capacidade produtiva do país não acompanhou o mesmo ritmo. “Dentre as três grandes atividades econômicas, apenas a agropecuária teve crescimento, enquanto a indústria e o setor de serviços se mostraram estáveis”, afirma a economista.
Essa diferença entre a demanda e a oferta pode resultar em pressão inflacionária. No entanto, a coordenadora afirmou que o descasamento observado em maio foi pontual. “Caso esse padrão persista ao longo dos próximos meses, aí sim haverá indícios de uma pressão da demanda sobre a capacidade produtiva, que terá tudo para pressionar a inflação”, acrescentou.
O estudo da FGV analisa indicadores que compõem o PIB em intervalos trimestrais para melhor compreensão da trajetória dos dados. No trimestre móvel encerrado em maio, o consumo das famílias cresceu 4,6% em relação ao mesmo período de 2023, com maior influência do consumo de serviços e produtos não duráveis. Contudo, esse crescimento, apesar de positivo, marca o fim de uma trajetória ascendente iniciada no começo do ano, indicando uma expansão menor do que nos meses anteriores.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que reflete o nível de investimento em aquisição de máquinas e equipamentos, avançou 4,5% no trimestre móvel em comparação com o mesmo intervalo do ano passado. A taxa de investimento da economia brasileira em maio foi de 18%, ligeiramente acima da média histórica de 17,9% desde 2000.
As exportações aumentaram 3,2%, embora esse resultado sinalize uma forte redução no ritmo de crescimento das exportações em comparação com a expansão de 8,5% no trimestre encerrado em abril. A venda de produtos agropecuários para outros países caiu, freando o crescimento das exportações. Por outro lado, as importações cresceram 10,3%, um fator que não contribui para o aumento do PIB e limita o crescimento da economia brasileira. A FGV estima que o PIB brasileiro em maio alcançou R$ 4,528 trilhões.
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