IPOs: previsões e desafios para 2024

Após mais de dois anos de relativa calmaria, será que 2024 será o ano em que os IPOs finalmente retornarão com força total? Essa foi a questão central discutida durante uma palestra no Web Summit Rio 2024, nesta quinta-feira (18), intitulada “Is the IPO market back in business?”

A discussão foi liderada por especialistas do setor, incluindo Fabiana Fagundes, sócia-fundadora da  FM/Derraik, que começou destacando o contexto pré e pós-pandemia no mercado de ações. Ela enfatizou que o IPO é o momento em que as empresas deveriam estar maduras o suficiente para receber investimentos significativos, tanto em produtos quanto em expansão de mercado.

No entanto, Fabiana apontou que muitas empresas, especialmente startups e aquelas apoiadas pelo capital de risco, não estão preparadas para lidar com a pressão de entregar resultados a cada trimestre. Ela observou que muitas empresas brasileiras listadas na bolsa não são de tecnologia, o que reflete a falta de preparo para esse tipo de exigência.

Uma das razões para essa situação foi a política macroeconômica do governo, que inicialmente injetou dinheiro na economia para estimular o crescimento, mas logo enfrentou o desafio da inflação. Isso resultou em uma queda no desempenho das empresas e uma consequente desvalorização das ações.

Outro ponto levantado foi a necessidade de maturidade no mercado brasileiro para empresas que desejam abrir capital. Muitos empreendedores veem o IPO como uma forma de escalar seus negócios globalmente, mas enfrentam desafios como a alta burocracia e os altos custos associados à listagem na bolsa.

No entanto, os especialistas concordaram que, para empresas de tecnologia com potencial de crescimento exponencial, o IPO ainda pode ser uma opção atraente. Mas, alertaram que o mercado agora exige uma oferta primária significativa, com pelo menos 20% das ações disponíveis para garantir liquidez adequada.

Além disso, discutiram-se as perspectivas para o futuro do mercado de IPOs, com previsões otimistas para uma retomada no final de 2024 ou início de 2025, sujeitas a condições econômicas favoráveis.

Fabiana Hamada para Central do Varejo – Acompanhe a autora no LinkedIn

Imagem: Fabiana Hamada
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