Economia

Em novembro, confiança do empresário do comércio cai

Mesmo após a Black Friday e com as vendas de Natal e Ano Novo se aproximando, levantamento mostra pessimismo do setor

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calçados à venda em loja; comércio

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) reportou uma persistência do pessimismo que marcou outubro, estendendo-se pelo mês de novembro. Mesmo após a Black Friday e a proximidade do Natal, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) registrou uma queda de 1,9% em relação ao mês anterior, alcançando 110,3 pontos, porém ainda mantendo-se dentro da zona de satisfação (acima de 100 pontos).

A CNC enfatizou que todos os indicadores do Icec experimentaram declínio. Destacou-se a avaliação das condições atuais, registrando uma redução de 5,4%, refletindo a percepção negativa sobre a economia, o setor e as circunstâncias das empresas.

A entidade observou que a Black Friday impulsionou a reposição de estoques nos setores de bens duráveis, como eletrônicos, móveis e decoração. A despeito da diminuição da confiança, o comércio de duráveis exerceu a maior influência para uma visão mais positiva em relação ao estoque, aumentando em 1,2%.

Entretanto, a CNC alertou que o setor varejista enfrentará desafios nos próximos seis meses devido às incertezas macroeconômicas no Brasil. José Roberto Tadros, presidente da entidade, enfatizou o risco fiscal, os juros elevados e a possível elevação dos tributos como fatores que demandam cautela por parte dos comerciantes.

O índice que mede as expectativas futuras do empresário do comércio registrou uma redução de 0,6%, representando a maior queda desde abril de 2021.

Felipe Tavares, economista-chefe da CNC e responsável pelo Icec, explicou que seis em cada dez empresários percebem uma deterioração na atividade econômica e no desempenho das vendas, refletindo as incertezas atuais.

Tavares ressaltou: “O cenário está apresentando melhorias, porém em taxas decrescentes. Embora haja avanços mensais, o ritmo de crescimento diminui em comparação com o mês anterior. Por isso, a percepção em relação às próprias empresas atingiu 99,8 pontos, retornando a um patamar abaixo de 100 pontos, algo que não ocorria desde junho de 2023.”

A intenção de investir na contratação de funcionários vem declinando consecutivamente desde setembro, com uma retração mensal de 1,1% em novembro. No entanto, diante da demanda sazonal do fim do ano, a maioria dos comerciantes (69%) planeja aumentar o quadro de funcionários.

A confiança do empresário do comércio diminuiu nos três grupos de lojas do varejo: produtos essenciais (-5,1%), produtos duráveis (-2,5%) e produtos semiduráveis (-1,9%). Em termos anuais, o grupo de produtos duráveis registrou a maior redução (-18,8%), sendo o mais afetado pelas condições de crédito, que continuam restritas e caras.

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