Economia
Dia dos namorados deve aumentar faturamento de bares e restaurantes em junho
Três a cada quatro empresários têm expectativa de melhor desempenho este ano, de acordo com Abrasel, porém, caso do Rio Grande do Sul preocupa
De acordo com pesquisa da Abrasel, bares e restaurantes estão otimistas com o Dia dos Namorados de 2024. Para 60% dos estabelecimentos, a data é considerada importante ou muito importante para o faturamento e 74% deles estimam aumento em comparação com a mesma data de 2023. Mais de dois terços (66%) esperam faturar até 30% a mais neste ano.
Apesar do otimismo com o Dia dos Namorados, um ponto de preocupação especial é a situação no Rio Grande do Sul, onde muitos bares e restaurantes estão enfrentando dificuldades severas e relatam não ter condições de pagar os salários em junho.
“O Dia dos Namorados é uma data crucial para muitos, e estamos confiantes de que este ano trará resultados positivos na maioria do país. No entanto, é claro que temos de citar o Rio Grande do Sul, onde a situação é gravíssima e precisa de atenção”, afirma Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.
“A situação no Rio Grande do Sul é alarmante e precisa de atenção urgente. Estamos trabalhando para encontrar soluções e apoiar os bares e restaurantes neste momento crítico”, afirma Solmucci. No Rio Grande do Sul, onde foram ouvidos 131 empresários, 53% dos estabelecimentos trabalharam em prejuízo em abril, quando chuvas já castigavam o estado. Apenas 17% realizaram lucro. Este quadro se agravou em maio, quando as cheias tomaram várias cidades e boa parte da capital, Porto Alegre. “Mesmo os estabelecimentos que não foram diretamente atingidos pela enchentes estão com queda brutal no faturamento desde abril, por isso boa parte não terá como arcar com os salários em junho. É preciso uma ação urgente por parte das autoridades”, alerta Paulo Solmucci.
Em abril de 2024, a pesquisa apontou que 26% dos estabelecimentos trabalharam com prejuízo no Brasil; em março, eram 25%. Por outro lado, 36% dos empresários reportaram lucro (estável em relação aos 35% de março), enquanto 38% ficaram em equilíbrio financeiro. A pesquisa ouviu um total de 2.748 empresários de todo o país.
O índice de inflação acumulado entre maio de 2023 e abril de 2024, medido pelo IPCA, foi de 3,69%. Quando questionados sobre a capacidade de reajustar os preços dos cardápios para acompanhar a inflação, 18% dos empresários conseguiram reajustar os preços, mas abaixo da inflação, 34% conseguiram reajustar os preços somente para acompanhar a inflação, 10% conseguiram reajustar os preços acima da inflação e 38,0% não conseguiram reajustar os preços. “A inflação continua sendo um desafio significativo, e muitos empresários estão lutando para ajustar seus preços sem perder clientes”, ressalta Solmucci.