Comportamento
Mulheres no franchising já são mais da metade
Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), as mulheres passaram a ser a maioria das pessoas que atuam nas franquias brasileiras. Entre 2015 e 2024, o percentual de mulheres atuando no setor saiu de 46% para 57% nesse período.
Para Sandra Takata, presidente do Instituto Mulheres no Varejo, o franchising serve como um atalho para o sucesso profissional para muitas mulheres. “As mulheres procuram o franchising para encurtar caminhos. Elas precisam de algo que já tenha uma estrutura estabelecida, pois o tempo dela é sempre escasso, tendo de administrar negócios e família. Muitas mulheres buscam no empreendedorismo uma maior flexibilidade para equilibrar a vida profissional e pessoal.”
Além disso, a presença de mulheres em cargos de liderança (C-levels, gerência, supervisoras e conselheiras) passou de 19%, em 2015, para 29% em 2024, apresentando um grande crescimento, apesar do número atual ainda não ser proporcional à quantidade de mulheres na sociedade brasileira. A proporção de mulheres em cargos de liderança no franchising também é menor em vagas de diretoria e C-Level no Brasil (28%) e cargos de liderança em geral (38%), segundo dados da FIA Business School.
“O número é baixo, pois o mundo corporativo ainda é muito preconceituoso, principalmente, no quesito maternidade. A responsabilidade doméstica, cuidados com os filhos ainda recaem mais sobre as mulheres. Resultado: os contratantes acham que terão prejuízo por causa da saída da mulher em licença-maternidade, porque ela sai muito para ficar ao lado dos filhos, cuida da família como um todo”, comenta Takata sobre a presença ainda pequena das mulheres em cargos de liderança.
A mesma pesquisa da ABF mostra que houve uma diminuição da presença de mulheres com vínculo familiar com os sócios proprietários, priorizando profissionais do mercado. Em 2015, 22% das mulheres em posições de liderança tinham algum vínculo familiar, número que caiu para 7% em 2024, o que demonstra uma profissionalização maior e uma busca por lideranças femininas com experiência de mercado e formação técnica.
Entre ações para promover o equilíbrio de gênero nas redes franqueadoras, 63% das empresas afirmam ter ações que visam a igualdade em 2024, o que representa um aumento diante dos 29% que afirmavam o mesmo em 2015.
Takata levanta algumas estratégias positivas que empresas podem adotar para diminuir a desigualdade de gênero: “Garantir que mulheres tenham as mesmas oportunidades e sejam avaliadas de forma equânime. Políticas flexíveis de trabalho e licenças parentais também são formas de mudar o quadro para que mulheres possam equilibrar sua vida profissional e pessoal. Outra forma é também incentivar mulheres em setores em que elas estão sub-representadas, com treinamentos e oportunidades para se desenvolver.”